“… eu, como os outros marujos
do porto, era apenas mais um ensejo para que ele escrevesse documentos
oficiais, preenchesse formulários com toda a sua superioridade artificial que
um homem de pena e tinta nutre em relação aos homens que lidam com realidades
fora das sagradas paredes dos prédios oficiais. Devíamos parecer-lhes
fantasmas! Meros símbolos manipulados em livros e em pesados registros, sem
cérebros nem músculos nem perplexidades; coisas de utilidade questionável e sem
dúvida inferiores.”
Joseph Conrad, no livro A Linha da Sombra
Em essência,
Arquitetura Corporativa é um conjunto de modelos que representa a empresa. É
claro que Arquitetura Corporativa não é só isso! Há, por exemplo, toda a
prática envolvida no uso desses modelos. Mas, se não houver diagramas descritivos
da empresa, não há Arquitetura Corporativa.
O problema
residente nessa situação é focarmos apenas na criação dos modelos e esquecermos
da realidade que acontece fora das
sagradas paredes do escritório de Arquitetura Corporativa. Arquitetos
corporativos sempre correm o risco de se tornarem um homem de pena e tinta e focarem apenas na criação de modelos arquiteturais,
de se tornarem burocratas exigindo documentações que nunca serão utilizadas.
Quando isso
acontece, a iniciativa de Arquitetura Corporativa está fadada ao fracasso! É
claro que modelos precisam ser criados e novas atividades precisam ser
incluídas na rotina da empresa, mas é preciso ter sempre em mente como o uso dos
modelos acontecerá.
Arquitetura
Corporativa precisa ser viva! A empresa precisa perceber a utilidade de
Arquitetura Corporativa e, digamos, tornar-se dependente dela. É a necessidade
diária por arquitetura que assegura o sucesso da iniciativa, pois essa
necessidade funciona como garantidor da consistência entre os modelos e a
realidade.
Dito isso,
sinto-me confortável para falar, especificamente, sobre outro padrão envolvido
com Arquitetura Corporativa: o ArchiMate.
O
AchiMate® é uma linguagem de modelagem que fornece uma
representação uniforme para diagramas que descrevem Arquiteturas Corporativas[1].
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Eu já mencionei o
TOGAF (aqui e aqui), explicando mais detalhadamente o seu principal componente:
Método para Desenvolvimento da Arquitetura – ADM. De acordo com o ADM, a
modelagem da arquitetura acontecerá efetivamente nas fases B, C e D, porém o TOGAF
não indica como essa modelagem deve ser feita. Essa resposta encontraremos no
ArchiMate.
Mas isso é assunto
para um próximo post.
Até lá!
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