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Mostrando postagens de agosto, 2016

A Gestão, a Governança, a Arquitetura e a Interoperabilidade - Parte I

Ao falarmos sobre o Framework de Arquitetura Corporativa para  Apoio à Governança e Interoperabilidade – FACIN, estamos também integrando os conceitos de gestão, governança, arquitetura e interoperabilidade e alinhando-os a programas e diretrizes estratégicas da Administração Pública. Na série de artigos que começamos hoje vamos abordar esta questão, não só com objetivo de explicitar estes relacionamentos, mas também de trazer mais parceiros e informações sobre elementos direcionadores a alinhadores para os debates. A Interoperabilidade A interoperabilidade pode ser entendida como a capacidade de diversos sistemas e organizações trabalharem em conjunto (interoperar) de modo a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais interajam para trocar informações de maneira eficaz e eficiente. Ao tratarmos a interoperabilidade estamos, em síntese, buscando alinhar suas três dimensões: a interoperabilidade técnica, que responde a pergunta do “como” estamos interoper

O que o Gato e a Arquitetura Corporativa têm em comum?

Se você pudesse explicar tudo, você estaria sempre reduzindo tudo a outra coisa, e então nada existiria. Há elementos que você não pode entender na sua totalidade; você pode apenas compreender certos aspectos, se você aceitar a tensão entre os aspectos que você compreende e aqueles que não compreende mas sabe que existe. Acertar o ponto de equilíbrio entre essas duas exigências, que é um equilíbrio instável, é o único critério científico válido. COF, Olavo de Carvalho Eu vi um gato. O gato que eu vi tem quatro patas, duas orelhas, um rabo, é peludo e mia. Essas características, embora verídicas, ajudam a descrever o gato que eu vi? E se eu dissesse que o gato que eu vi era verde com bolinhas coloridas e estava falando russo ? Isso é impossível! Naturalmente ou estava no País das Maravilhas ou estou louca! Nós sabemos que essa informação não condiz com a realidade. Por esse motivo, também não é necessário que eu diga que o gato não estava falando russo. O gato que e

Modelando as Organizações Governamentais para Responder com Rapidez às Demandas da Sociedade

Em Novembro de 2015 tive o prazer de apresentar uma palestra sobre o tema da modelagem de empresas para atender às demandas do mercado no BBC 2015, Conferência Mundial do IIBA, em Las Vegas. Muitos dos conceitos então apresentados, embora focados em empresas privadas, são pertinentes também para as organizações governamentais e empresas públicas. Modelando a Organização para a Mudança Já há algum tempo venho trabalhando no desenvolvimento de uma metodologia para ajudar as organizações a responder mais rapidamente às mudanças. Esta metodologia se apoia em três pilares: Alinhamento da estratégia com a execução, através do desenvolvimento just-in-time da arquitetura corporativa. Uso intensivo de modelos para lidar com a complexidade das organizações atuais, desde o desenvolvimento da estratégia de negócios até a sua implementação na organização. Desenvolvimento de uma arquitetura centrada em decisões, que estabelece uma ligação direta entre as estratégias de negócio e as deci

FACIN – Integrando Conhecimentos para o Crescimento Sustentável

(Imagem: architectonics.com.br) A exemplo da forma departamentalizada que nossas organizações estão estruturadas, também a aquisição e disseminação de conhecimentos é feita em blocos desconectados. Em geral, os programas de capacitação de colaboradores e gestores são voltados para áreas de conhecimento específicos: projetos, estratégia, riscos, recursos humanos, TI, governança, processos, motivação, liderança, orçamento, custos etc. Normalmente aquela visão holística, que proporciona a conexão entre as áreas de conhecimento, é esperada da alta administração. Mas, em geral, isso não acontece pois, na Administração Pública, a diretoria executiva é composta de gestores mais antigos que se destacam por sua liderança e capacidade de manter “a máquina girando” nas suas áreas específicas de negócio. A média gerência que tem uma visão departamental busca uma especialização, visando aumentar a produtividade de sua área, assim como seus colaboradores. Desta forma, a evoluç

A Gestão, a Governança, a Arquitetura e a Interoperabilidade - Parte VI (final)

Ao longo dessas semanas abordamos nos artigos ( I , II , III , IV e V ) os conceitos e práticas de  Interoperabilidade, Gestão, Governança e Arquitetura Corporativa, sua incorporação ao FACIN - Framework de Arquitetura Corporativa para  Apoio à Governança e Interoperabilidade - e os impactos pretendidos na melhoria dos serviços prestados pelo governo  à sociedade (cidadãos, governos, empresas e organizações).  Nesta parte final, reservamos espaço para estabelecer seus relacionamentos normativos e legais, promovendo o alinhando a alguns dos principais programas e diretrizes de governo.  O FACIN e os Modelos Conceituais de Organização e Gestão Se por um lado os Modelos de Organização disciplinam a construção de estruturas organizacionais eficientes, os Modelos de Gestão definem os processos a serem executados por estas estruturas, evidenciando os pontos onde existem as intercessões, a transversalidade e as particularidades, garantindo o alto desempenho das organizações.

O minimalismo que ajuda a compreensão da complexidade

Há poucos dias estive pensando sobre as grandes normas internacionais. Grandes não no sentido de número de páginas, mas sim no impacto que exercem no mercado. Ao olhar a lista das normas mais populares da ISO (em destaque na página principal do site em http://iso.org ) e outras de grande adoção dentro da área de TI, fiquei curioso em saber sobre o tamanho (em páginas) e ver como normas tão amplamente adotadas lidam com a complexidade de cada área. Para minha surpresa, a maioria dessas normas possui um número bastante limitado de páginas: ISO 9001:2015 Quality management systems – Requirements: 29 páginas ISO 31000:2009 Risk management – Principles and guidelines: 24 páginas ISO/IEC 27001:2013 Information technology -- Security techniques -- Information security management systems – Requirements: 23 páginas ISO/IEC 38500:2015 Information technology -- Governance of IT for the organization: 12 páginas Essas normas são, normalmente, baseadas em conceitos e requisi

Não seja um Arquiteto de Pena e Tinta

“… eu, como os outros marujos do porto, era apenas mais um ensejo para que ele escrevesse documentos oficiais, preenchesse formulários com toda a sua superioridade artificial que um homem de pena e tinta nutre em relação aos homens que lidam com realidades fora das sagradas paredes dos prédios oficiais. Devíamos parecer-lhes fantasmas! Meros símbolos manipulados em livros e em pesados registros, sem cérebros nem músculos nem perplexidades; coisas de utilidade questionável e sem dúvida inferiores.” Joseph Conrad, no livro A Linha da Sombra Em essência, Arquitetura Corporativa é um conjunto de modelos que representa a empresa. É claro que Arquitetura Corporativa não é só isso! Há, por exemplo, toda a prática envolvida no uso desses modelos. Mas, se não houver diagramas descritivos da empresa, não há Arquitetura Corporativa. O problema residente nessa situação é focarmos apenas na criação dos modelos e esquecermos da realidade que acontece fora das sagradas paredes do escr