Há uma grande expectativa quanto a utilização de sistemas de
inteligência geográfica em todos os setores da economia. A ideia é que essas
ferramentas se transformem em uma plataforma integradora de todos os tipos de
tecnologia geoespacial. Empresas dos mais variados ramos estão suportando seus
processos de negócio em fluxos de trabalho fundamentados no conceito,
permitindo que suas equipes façam uso de mapas cada vez mais simples e
disponíveis para compartilhar, comunicar e analisar dados em qualquer momento,
lugar e dispositivo. A seguir, listamos onze apostas do que esperar para os
próximos meses nesse sentido.
Agronegócio – Tudo conectado “antes,
dentro e depois da porteira”
Para 2015 a Inteligência Geográfica aplicada no Agronegócio será
elemento chave para resolver um dos principais problemas do setor hoje em dia,
que é a gestão integrada dos processos das cadeias produtivas. Novas
tecnologias como computação em nuvem, Big Data, redes sociais, mobilidade e
IoT(Internet of things) revolucionará a coleta, o tratamento massivo dos dados
e a integração de diferentes tipos de informações geradas em todos os
subsegmentos do Agronegócios. A tendência é de convergência de tecnologias e
informações entre os diferentes elos de transição do Agronegócio - “Tudo
conectado - antes, dentro e depois da porteira”. A análise espacial de
diferentes tipos de informações permitirá aperfeiçoar o uso dos insumos
agrícolas, reduzir os impactos ambientais da produção e aumentar a
lucratividade, o que é imprescindível para ganhar em competitividade e
sustentabilidade da produção.
Novas oportunidades na área de Educação
Enquanto alguns professores - do ensino fundamental ao superior - se
perguntam ‘como desligar os tablets, smartphones e laptops em sala de aula’,
estão nestes dispositivos grandes e novas oportunidades de aprendizado
integrado, utilizando o conceito de Bring Your Own Device (BYOD) para área de
Educação, tendo o Espaço Geográfico como ponto de união entre as disciplinas e
uma Plataforma Tecnológica baseada em Sistemas de Informações Geográficas para
ir muito além do aprender a criar mapas ou pontos em uma imagem de satélite.
A grande novidade é a Inteligência Geográfica aplicada, que integra
Geografia e Tecnologia transformando aprendizes em descobridores do planeta e
mestres em planejadores e interventores para mudanças positivas nas condições
físicas, sociais e ambientais do mundo, trilhando um caminho do homem em
harmonia com a Geografia.
Telecomunicações
As empresas do setor Telecomunicações contarão com uso da Inteligência
Geográfica para dois grandes objetivos em 2015: ampliar a fidelização de seus
clientes e melhorar seus entendimentos sobre expansão do LTE. Ao posicionar
pontualmente ou por regiões seus dados críticos; como clientes, ativações,
churn, chamados e problemas; essas empresas terão à disposição análises
geográficas expostas em painéis de gestão compreendendo a correlação entre os
fenômenos. Para a expansão da banda larga, modelos geo-estatísticos sustentam
as decisões, permitindo a análise cruzada de diferentes dados, incluindo
histórico, potencial, rede e operação.
Serviços financeiros
Para 2015, a busca por melhor entender os riscos pontuais e regionais
para enriquecimento dos modelos de análises e exposição, são tendências na
utilização da Inteligência Geográfica. Ao posicionar pontualmente o histórico
de ocorrências, clientes e rede, as análises geo-estatísticas possibilitam o
entendimento do contexto e a ampliação da capacidade de tomada de decisão. A
adoção de aplicações móveis para a equipe em campo tem também apontado as
inciativas geográficas do setor.
Varejo
Melhoria operacional, fidelização e visão única do cliente apontam as
tendências de Inteligência Geográfica para o Varejo. Antes utilizada para a
expansão, a Inteligência Geográfica permite ao setor varejista ter uma visão
única do cliente, conectando informações e mídias sociais, localidades de
consumo, residência, cupons, entre outras interações. O monitoramento da
fidelização é potencializado ao adicionar a visão geográfica dos dados, que
também sustenta a melhoria efetiva da operação, com a gestão de supply chain,
logística, manutenção e gestão de ativos.
Governo Municipal
Para 2015, os governos municipais irão buscar cada vez mais a integração
dos dados e das tecnologias numa plataforma geográfica para condução de suas
ações de gestão do município. Um desafio a ser enfrentado com essas integrações
é transpor as paredes das prefeituras e capacitar os gestores a darem respostas
ágeis aos cidadãos. Algumas tendências para continuar esse processo e promover
a transparência, são:
Nuvem - A adoção crescente da Inteligência Geográfica e de outras
soluções na nuvem dentro das prefeituras irá transformar a maneira como as
secretarias investem e alocam seus recursos de TI.
Governo como plataforma – o governo deve se estruturar como uma plataforma,
na qual soluções podem ser construídas.
Colaboração - a utilização crescente de meios de comunicação social como
uma ferramenta de colaboração dos cidadãos proporcionará uma mineração de
informações para os gestores. Os municípios que utilizarem novas tecnologias
estarão bem posicionados para gerir melhor seus recursos, executar os processos
com mais eficiência e atender as demandas dos cidadãos.
Óleo e Gás
A tecnologia da informação tem sido uma grande aliada na solução de
problemas complexos que desafiam a indústria de Óleo e Gás. No entanto, o
cenário atual – interno e externo, que vem se apresentando desde o segundo
semestre de 2014 e que deve se estender ainda por 2015, está impondo severas
restrições orçamentárias às empresas do setor. O grande desafio da TI
estratégica nos próximos meses será apostar em tecnologias que ajudem as
companhias a serem mais eficientes, que contribuam para redução dos custos de
lifting e melhorem os índices de produtividade em campo. Os Sistemas de
Informações Geográficas (GIS) serão ferramenta essencial nesse processo para
suportar a tomada ágil e bem informada de decisão graças a duas características
principais que são:
Integração - as
possibilidades de integração do GIS com dados de diversas fontes e formatos, permitindo
reunir informações de diferentes domínios de conhecimento dentro da indústria.
Visualização - a
flexibilidade para criação de interfaces que proporcionam diversificadas formas
para que o profissional de Óleo e Gás visualize e interaja com as informações.
Análise Criminal no apoio à gestão da
Segurança Pública
O foco da Segurança Pública neste ano será a integração dos
departamentos e secretarias destacando a gestão da tecnologia, informação e
conhecimento. Neste contexto, a análise criminal será a principal ferramenta
para produção de conhecimento, servindo como orientadora das políticas para as
diversas pastas do setor. Na análise criminal, a informação recebida é
analisada para a identificação de padrões, redes, conexões ou novas áreas de
atividade criminal e, neste contexto, a Inteligência Geográfica será uma
ferramenta essencial no conhecimento do espaço geográfico para os órgãos de
Segurança Pública. A utilização de mapas agrega valores de variáveis oriundas
de diversas fontes, possibilitando uma análise multivariada capaz de orientar
visualmente as pastas responsáveis quanto aos problemas do crime.
Fator Essencial para a Sustentabilidade
e Desenvolvimento do Setor Elétrico
O setor elétrico nacional – seja na Geração, Transmissão ou Distribuição,
enfrenta fortes desafios neste ano, que têm sido amplamente difundidos pela
mídia. A Inteligência Geográfica se torna então cada vez mais importante na
condução do negócio elétrico. Vemos um aumento do uso de sensoriamento remoto
integrado em GIS, e uma maior utilização de capacidades de geoprocessamento e
análise espacial (Location Analytics) para apoio a decisões com impactos cada
vez mais críticos e em curto espaço de tempo. Esta utilização extrapola já os
campos tradicionais de uso do GIS no setor – cadastro e projeto, sendo cada vez
mais o GIS o fator unificador de informação estratégica nas empresas
informações em tempo quase real em GIS, possibilitando avançadas capacidades de
gestão integrando as dimensões espaço e tempo. Com o avanço das redes inteligentes
(Smart Grid) no panorama nacional, crescerá igualmente a importância da
computação em cloud e híbrida – seja utilizando recursos próprios ou recursos
na cloud, e capacidades de processamento de Big Data, devido ao altíssimo
volume de dados recolhidos a partir dos sistemas de automação da rede, e que os
modernos sistemas de GIS estão preparados para receber e transformar em
informação útil.
Inteligência Geográfica como peça chave
para a crise hídrica
O setor de saneamento (e a sociedade brasileira) enfrenta atualmente uma
crise hídrica sem precedentes, no país que possui a maior disponibilidade de
água doce do mundo. As empresas de saneamento têm pela frente grandes desafios:
não apenas a expansão e universalização, mas também a redução de perdas, a
eliminação de desperdícios em geral e a sustentabilidade dos mananciais que
garantem a produção de água. Tudo isso exigirá grandes mudanças e mais
investimento em tecnologias geoespaciais que suportarão uma gestão estratégica
e proativa das companhias de saneamento considerando o território para realizar
análises ao longo do tempo e serem capazes de se antecipar à resolução de
problemas prevenindo crises como esta que vivemos.
Integração e compartilhamento da
geoinformação no Governo Federal
Uma gestão adequada da produção e do compartilhamento da geoinformação
será um diferencial para a gestão pública federal, principalmente quando se
busca a racionalização dos gastos, melhoria dos processos de trabalho e aumento
da transparência pública. O Governo Federal tem produzido uma enorme quantidade
de dados geográficos, porém o grande desafio em 2015 é fazer com que estes
dados transitem entre os órgãos interessados, sejam transformados em informação
e suportem a tomada de decisão. Para isso, as Infraestruturas de dados
espaciais (IDE) terão a sua importância ampliada, pois permitem a criação de um
fluxo padronizado de compartilhamento de dados e integração entre diferentes
órgãos de forma ágil e estruturada, principalmente em ações que envolvem
diferentes ministérios, agências e autarquias.
Outra forte tendência mundial e que busca se consolidar no Brasil é a
democratização da informação geográfica para os cidadãos, suportando o Governo
Aberto (Dados abertos), ampliando a transparência pública e fortalecendo a democracia.
Será notável também a utilização da Inteligência Geográfica em setores sem
tradição em sistemas de informações geográficas (SIG), nas áreas de gestão,
processamento de dados e estatísticas, principalmente unindo GIS com
ferramentas de Business Intelligence (BI).
Fonte: ComputerWorld
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