É uma das séries mais longevas e de maior sucesso da TV - mas confesso que nunca fui seu espectador. Primeiro porque quando ela começou a passar no Brasil, o horário de exibição era ingrato para quem tinha de levantar cedo e ir para a escola nas manhãs das segundas-feiras. Além disso, era difícil acreditar que o irmão caçula do clã Ewing não era, de fato, o "Homem do Fundo do Mar" - também vivido pelo ator Patrick Duffy. Ou ainda, que o vilão da história, J.R., não era o simpático e atrapalhado amo da gênio Jeannie...
Agora, no entanto, estou de olho no que vai acontecer em Dallas, na primeira semana de novembro próximo. A cidade será o palco da reunião comemorativa de 20 anos de existência da Sociedade para Ciência de Processos e Design - a SDPS -, organização que tem como missão a descoberta de novas abordagens para tratamento de questões sociais complexas e que é formada por especialistas renomados de todo o mundo, atuantes tanto no setor privado quanto no público.
O foco principal do encontro será a questão da convergência, e o chamado da SDPS é para a participação de instituições industriais, governamentais, educacionais e de pesquisa, bem como de empreendedores, engenheiros, gestores, profissionais de saúde, sociólogos, educadores, cientistas, especialistas em tecnologias e práticos. Ou seja, todos serão bem-vindos, até porque o substrato do trabalho da SDPS explora as vastas possibilidades de sistemas altamente complexos que decorrem da interconexão das disciplinas que hoje enxergamos.
A chamada de artigos já se encontra aberta e assim permanecerá até junho. Estive presente nas edições de 2012 e 2013 da conferência, respectivamente realizadas em Berlim (Alemanha) e Campinas, e pude observar de perto os debates de alto nível entre competências tão distintas quanto complementares para a solução de questões de alta relevância social. Para os membros da SDPS, quanto mais complexo, mais interessante é o desafio, e é gratificante observarmos como referências mundiais em seus temas se juntam em torno de problemas que seriam impossíveis de lograrem êxito, caso não houvesse o desapego de crenças reducionistas e a vontade de aprender com os outros. E isso, falando de doutores acadêmicos, representantes de alto escalão de governos de países desenvolvidos e senhores de idade avançada, que mantêm o brilho da juventude nos olhos.
Lembrei-me agora de uma reunião da mesma sociedade científica, ocorrida em Brasília há oito anos atrás, em que tais especialistas ficaram encantados com aquela que eles consideraram a melhor palestra de todas as realizadas no evento, quando Joãosinho Trinta demonstrou como o Carnaval é a mais perfeita rede de cooperação em torno de um objetivo comum e como o fenômeno de alma-grupo é facilmente alcançado no âmbito daquelas comunidades. Um ocidental sentado ao meu lado não se cansava de repetir:
- Amo o Brasil! É a última reserva de felicidade do mundo...
Certamente, entre os dias 1o e 05 de novembro, novas e excelentes ideias brotarão de Dallas, assim como lá jorram os poços de petróleo.
Mais informações em https://sdpsnet.org/sdps/index.php/conferences/sdps-2015.
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