Um amigo que foi diretor internacional de um grande banco brasileiro conta uma história de um político nacional que foi chamado a palestrar no maior evento de uma multinacional, no qual seu presidente também teria uma fala. Nosso representante perdeu-se em 120 minutos de dados cansativos, auto-promocionais e desnecessários, que irritavam a audiência e atrasavam o horário do jantar.
Finalmente, deu-se por satisfeito e encerrou sua participação, abrindo espaço para o colega norte-americano que, de forma brilhante, assim fez uso da palavra (usando um conhecidíssimo slogan daquela época de sua companhia):
- É isso aí!
Foi aplaudidíssimo.
Acho engraçado equipes envolvidas na modelagem de processos de negócios debatendo acaloradamente quanto ao nível de detalhe que um diagrama deve conter, ou ainda quanto à nomenclatura a ser associada:
- Primeiro nível, macroprocessos; segundo, processos; terceiro, sub-processos; quarto, atividades; quinto, tarefas; sexto, procedimentos; ...
Tenho certeza que faltarão termos em português para completar a lista.
Quem determina o nível de profundidade de um modelo é a necessidade que observamos, é o contexto dos trabalhos. Se precisamos ter uma parte do processo aberta em dez níveis, enquanto outra pode se resumir ao primeiro patamar, qual o problema? Para mantermos o foco no resultado que desejamos obter e no menor tempo possível para sua ocorrência, devemos evitar "dogmas" que, no fundo, acabam comprometendo nossa atuação, tais como "nenhum processo poderá ser registrado em mais de três níveis de detalhes". Ou ainda, "isso claramente não é um processo, mas um sub-processo - e não está no escopo de nosso projeto".
Dizem, também, que uma vez o genial Salvador Dalí, convidado a fazer uma fala para uma plateia de um evento em que se encontrava, saiu-se com esta:
- Eu vou ser tão breve que, na verdade, já terminei.
Comentários
Postar um comentário