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Precauções de acesso ao Wi-Fi - Por que as redes sem fio são mais inseguras do que imaginamos?


Em meu último artigo no blog citei o conceito de Internet das coisas (Cloud of Things – CoT) e como o uso de grandes volumes de dados será cada vez maior pelos dispositivos interconectados entre si, gerando potenciais problemas de segurança. Chequei inclusive a “rascunhar” cenários que isso poderia vir a ocorrer. Hoje falarei sobre uma das principais aliadas das tecnologias móveis e da cloud, mas ao menos tempo uma potencial ameaça à segurança da integração Big Data: as redes sem fio Wi-Fi.
Nós utilizamos hoje o wi-fi em muitos equipamentos como notebooks, tablets, PCS e smartphones. Seja em casa para acessar a Internet, no trabalho, no aeroporto, hotel ou clube, essas redes podem ser encontradas hoje em todo local devido à enorme facilidade de acesso, levando à sua consequente grande popularização. Um dos fatores preocupantes sobre essa tecnologia é a segurança deste tipo de acesso. Afinal, dependendo da força do sinal do roteador wi-fi da sua casa ou instituição outras pessoas poderão enxergar a sua rede. O que é normalmente feito para evitar que um  indivíduo estranho acesse a sua rede é a habilitação de uma proteção com o uso de uma chave previamente compartilhada, que funciona como uma espécie de “senha” de acesso à rede.
Entretanto esse recurso é apenas uma pequena parte da solução. As redes sem fio hoje são bem mais inseguras do que se pensa e essa falta de conhecimento sobre essas vulnerabilidades pode muitas vezes levar a surpresas nada agradáveis para um empresário ou mesmo o usuário casual.
Na maioria dos casos acredita-se que o principal ponto que devemos proteger é o equipamento que fornece o sinal da rede. Neste caso o que desejaríamos evitar é uma conexão indevida à nossa rede. Com isso, muitas vezes não nos preocupamos com o que acaba sendo o elo mais fraco da segurança: os dispositivos do usuário. É onde integro esse assunto com a Internet das Coisas que falamos anteriormente: hoje os funcionários possuem muitos dispositivos portáteis que usam wi-fi. E todos eles são potenciais alvos.
Imagine a seguinte situação: você usa o seu notebook na sua empresa, conectando-o à rede sem fio daquela corporação. No final de semana, reúne a sua família e vai passear no shopping. Leva esse mesmo notebook para uma cafeteria e o utiliza para escrever um texto ou finalizar uma planilha enquanto seus filhos vão ao cinema. Esse tipo de cena é extremamente comum no dia a dia e revela um perigo oculto e desconhecido por muitas pessoas no que se trata de redes sem fio.
Ainda no shopping: ao utilizar um notebook especialmente preparado para tal, um usuário malicioso pode monitorar o “espectro wireless” e com isso enxergar aquele computador que está tentando se conectar na rede da empresa. Por padrão, ao ligar os dispositivos sem fio do cliente, estes tentam se conectar à rede wireless comumente utilizada. O atacante então, ao perceber a tentativa de conexão irá iniciar um “Evil Twin”, uma espécie de “gêmeo maligno” do equipamento que fornece o sinal na empresa da vítima (o Access Point).
Este atacante consegue enganar o notebook do usuário desavisado, fazendo-o se conectar ao falso ponto de acesso. Se a vítima não prestar atenção e tentar navegar na Internet, pode ser que seja apresentada uma página falsa de banco ou rede social especialmente preparada para capturar os dados daquela pessoa. Ou pior: o atacante pode intermediar uma conexão com a Internet e literalmente “monitorar” tudo o que o usuário faz. Imagine o dano causado: informações de produtos e fornecedores capturados, e-mail corporativo acessado e muito mais.
Este perigo é real e infelizmente ainda bastante desconhecido entre os usuários das redes Wi- Fi. Apesar de existir um nível de proteção adequado a nível de empresa (como sistemas de prevenção de intrusos sem fio) a nível de cliente muito pouco ainda é feito.
Para tentar minimizar o dano, evite conectar a redes sem fio em ambientes públicos ou locais que você desconheça. E desabilite o adaptador de rede sem fio quando não estiver utilizando. Apesar disto não solucionar totalmente o problema, diminui o risco exponencialmente, especialmente se possuímos em nosso equipamento dados sigilosos ou que de certa forma poderiam impactar negativamente na empresa caso fossem vazados.

 Marcos Flávio Araújo Assunção – Diretor da Defhack Tecnologia  e Professor do Centro Universitário UNA e do Senac Minas
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