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Inovar não é fazer diferente, é fazer a diferença

Mas não chame o comandante (que abandonou o navio) para palestrar!

inovacao-em-capacitacaoO que a inovação tem a ver com capacitação? Tudo? Nada? Resolvemos falar sobre isto para inspirar mais escolas de governo, e empresas que trabalham com o tema, a inovarem nas suas capacitações, promovendo assim as mudanças na gestão pública.

Inovação em Capacitação

Temos um conceito sobre o que é inovar em capacitação, mas antes de transcrever este conceito para o texto resolvemos “dar um Google” e infelizmente nossas expectativas estavam certas.
Com raras exceções, como o texto de Roberto Agune e José Antônio Carlos, o que encontramos foram instituições utilizando o termo inovação em capacitação apenas como chamariz. Sendo que na maioria das vezes, o que fazem é apenas inserir a palavra sem que haja uma real prática inovadora no curso ou evento. Já encontramos algumas vezes o termo ser utilizado em itálico, vai ver imaginam que é palavra de outro idioma…

Desafios das Escolas de Governo

Atualmente os cursos mais procurados são aqueles que fazem a máquina pública continuar como está. É difícil conseguir viabilizar (fechar) uma turma de cursos que estimulam, por exemplo, a criatividade para resolver os problemas complexos da sociedade. Deveríamos ter lista de espera para oficinas colaborativas de resolução de problemas, as oficinas de Design Thinking no Serviço Público.
Como certa vez nos disse Álvaro Gregório, temos que pensar cursos que ensinem como acabar com a lei que obriga a instituição pública a comprar caneta que não escreve e papel toalha que não enxuga. Não devemos continuar aprendendo o que está errado e o que não funciona mais.
Ainda é alta a demanda por alguns cursos “tradicionais-burocráticos” que mantêm o status quo. Poucos são realmente necessários e nenhum deles passa perto de contemplar inovação ou causar mudanças.

O que podemos fazer?

Inserir os conteúdos de inovação aos poucos. Já que ainda não podemos desconstruir totalmente os formatos e conteúdos que são necessários para quem trabalha dentro do governo, que tal inserirmos algumas ações inovadoras dentro daquele contexto?
Por exemplo, num curso para assessores de imprensa falamos sobre wikicidades e gestão colaborativa ou até mesmo num curso sobre licitações podemos inserir casos reais de instituições que realizam compras sustentáveis, apresentar editais que já estão fazendo alguma diferença nas compras públicas. Promover momentos onde as pessoas parem para refletir e expor suas dificuldades e resolvem ou pensam em resolver estas dificuldades.
Atualmente a maioria dos cursos já possui o conteúdo programático do que será discutido, com início, meio e fim bem definidos e mal há espaço para os participantes exporem suas frustrações, conhecerem-se e ajudarem-se.
As 'Rodadas' são reuniões prévias que realizamos com clientes, fornecedores, parceiros e estudiosos.
As ‘Rodadas’ são reuniões prévias que realizamos com clientes, fornecedores, parceiros e estudiosos.

O Cetem trabalha em rede

Todos podem fazer a diferença

Dan Aguiar e SarahDesde o momento de elaboração e construção dos cursos e eventos tentamos inserir elementos novos.
Cada vez mais realizamos, antes de cada curso ou evento, as ‘rodadas’ – reuniões com clientes, fornecedores, parceiros e estudiosos para saber o que gostariam de saber e ter nos eventos.
Durante o evento atividades que propiciam a interação como o Crachá Randômico, dinâmica em que entregamos uma credencial aleatória ao participante e ele deve encontrar o dono do crachá. E as famosas (des)Conferências – momento que os participantes expõem suas dificuldades e quem já as teve conta como resolveu.

Ambiente de Inovação

Sala em UOutro fator importante que identificamos é o ambiente do evento. Utilizamos diversos formatos e o que mais tem ajudado é o formato em “U”.
O resultado foi evidente certa vez quando no evento em que separamos os participantes em duas salas para realizarmos as (des)Conferências. A turma que ficou em formato de auditório teve um diálogo menos participativo do que a turma que ficou na sala em formato de ‘U’. Simples e poderoso.

A escolha dos “especialistas”

Isso significa que buscamos os melhores no assunto para compartilhar essas experiências com seus colegas. Miramos também em casos de fracassos para mostrar como não fazer, mas as pessoas possuem dificuldade em compartilhar seus erros. Os erros em processos de construção (protótipos, testes) devem ser estimulados.
panico e crisesMas, prestem atenção: não tentem fazer isto de uma forma subjetiva como foi o caso do Comandante do navio Costa Concordia, que naufragou em 2012, o italiano Francesco Schettino que foi convidado para dar uma palestra a alunos na Universidade La Sapienza de Roma sobre “gestão de pânico e crise”! A incoerência fala por si, e a revolta foi grande por lá.
É importante dizer que até chegarmos aos modelos novos, ou os que consideramos bons, erramos muito.
É fundamental ter a liberdade de errar e a autonomia para colocar em prática idéias malucas. Sentimos, portanto que provavelmente erraremos muito mais, porém sem afundar os navios :lol:

Processo em construção

Desde 2012 o Cetem assumiu os temas Inovação e Comunicação nas capacitações e eventos. Evoluímos juntos com os temas acompanhando as referências no assunto. Ninguém melhor do que o próprio governo para falar sobre Inovação em Governo e Comunicação Digital no Setor Público, por isso, sempre trazemos os próprios servidores para contar suas histórias nos eventos. Tem dado muito certo principalmente pelo fato das pessoas desenvolverem empatia com os palestrantes, uma identificação automática com as dificuldades enfrentadas por todos os bons agentes públicos. Ao mesmo tempo, o palestrante que vai ao evento dar a palestra pode sentar e aprender com os colegas.

Conclusões

O fato é que as mudanças ocorridas na sociedade, a sofisticação da agenda governamental e a demanda por novas competências para o serviço público implicam, necessariamente, em uma profunda alteração nos programas de capacitação oferecidos aos servidores públicos. Interessante ressaltar que praticamente não há ruptura tecnológica quando falamos de inovação em capacitação.
Resumindo a “receita” que têm dado certo em capacitações inovadoras para nós:
1. Ter autonomia para testar as idéias e liberdade para cometer erros;
2. Colaboração na construção dos eventos, procurando sempre aprender com as referências;
3. Usar o storyteling trazendo os próprios servidores para palestrar;
4. Promover troca de experiência;
5. Possibilitar o networking nos eventos;
6. Iluminar projetos e soluções inovadoras;
Por estes e outros motivos nossos clientes sentem a diferença quando participam dos nossos cursos e eventos. É dessa forma que estamos contribuindo para um mundo melhor, pois o resultado de um servidor público bem instruído e motivado só pode ser uma prestação de serviço de qualidade para o cidadão e assim todos saímos felizes :D

Gabriela-Cetem

Gabriela Tamura

Coordenadora de Cursos & Eventos do Cetem.

Administradora Pública graduada pela Universidade do Estado de Santa Catarina e pós-graduada em Gestão Pública pela UAB. É uma “resiliente” incurável quando o assunto é novos modelos de negócio entre os setores públicos e privados. Sempre pensa que dá pra fazer até quando não dá, ainda.

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