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O TOGAF... e a continuação da construção de uma casa

O TOGAF...
...e a continuação da construção de uma casa
No post anterior eu falei um pouco sobre o TOGAF – The Open Group Architecture Framework – e iniciei a explicação das semelhanças que existem entre a construção de uma casa e o principal componente do TOGAF: o ADM – Método de Desenvolvimento da Arquitetura.

Como vimos, a primeira fase do ADM é a Preliminar na qual todas as questões metodológicas relacionadas à Arquitetura são definidas. Depois da fase preliminar iniciam-se as rodadas de arquitetura. A primeira fase de uma rodada é a fase A. Visão da Arquitetura. Nesta fase será definida, em alto nível, a arquitetura futura que desejamos alcançar.

Voltando à analogia com a construção da casa, depois de definido o esboço da nova casa, precisaríamos das plantas mais detalhadas, ou seja, teríamos, por exemplo, que construir as plantas hidráulica, elétrica e de iluminação. Na arquitetura corporativa, as “plantas” são chamadas de arquitetura de domínios e são quatro[1].

- Arquitetura de Negócio: contempla a estratégia do negócio, governança, organização e principais processos;
- Arquitetura de Dados: contempla a estrutura de ativos de dados lógicos e físicos de uma organização e os recursos de gerenciamento de dados;
- Arquitetura de Aplicativo: contempla um esquema lógico dos aplicativos, suas interações e suas relações com os principais processos de negócio da organização;
- Arquitetura de Tecnologia: contempla as capacidades lógicas de software e hardware que são necessárias para suportar a implementação de negócio, dados e aplicativos. Isto inclui infraestrutura de TI, middleware, redes, comunicações, processamento e padrões.



Nesse momento, há algo importante para considerarmos. Na analogia com a construção da casa, estamos partindo de um terreno vazio e a casa está sendo construída a partir do zero. O mesmo não ocorre com a construção da Arquitetura Corporativa, pois, nesse caso, temos que considerar que a empresa já existe e, sendo assim, já possui informações, mesmo que não representadas explicitamente, sobre os quatro domínios acima.

Dessa forma, devemos representar como esses domínios estão atualmente (arquitetura linha de base) e como desejamos que eles fiquem no futuro (arquitetura alvo). Com base nessas informações, podemos identificar as diferenças (gaps) que nos serão úteis na efetiva construção.

Se entendermos que Arquitetura Corporativa é, essencialmente, o conjunto de modelos que representa uma empresa, podemos considerar que nossa arquitetura corporativa estará pronta nesse momento! Afinal, ao término dessas fases teremos as plantas, ou melhor, os modelos, que representam como a empresa é hoje e como ela será no futuro. A questão é que o futuro está representado apenas em modelos! Ou seja, precisamos construir o futuro!!!

Então, continuando com a analogia da casa, é preciso montar o plano que efetive a construção da arquitetura. Seguindo o ADM, montaremos esse plano em duas etapas.

A primeira etapa corresponde à fase E. Oportunidades e Soluções. Nesta etapa as análises das diferenças encontradas entre as arquiteturas atual e futura realizadas nas fases B, C e D são consolidadas. Além disso, é escolhida a abordagem que será utilizada para a construção da arquitetura futura. Pode ser que a arquitetura seja muito complexa para ser criada de uma única vez, então podemos utilizar uma abordagem incremental criando sucessivas Arquiteturas de Transição.

A próxima etapa é a elaboração de um planejamento detalhado da construção da arquitetura futura que é feito na fase F. Plano de Migração. É muito comum que as atividades desta fase sejam feitas pelo escritório de projetos da empresa e que o arquiteto atue como um consultor.

Pronto! Agora é hora de efetivamente executar os projetos definidos para a construção da arquitetura. Esses projetos podem ser: desenvolvimento de novos sistemas de informação, aquisição e instalação de máquinas, modelagem de processos, reestruturação de unidades organizacionais etc. São os arquitetos que executarão esses projetos?

Não! De forma análoga ao que acontece na construção civil, o arquiteto apenas acompanhará e apoiará, quando necessário, os projetos. Por isso, que a fase G do TOGAF se chama Governança da Implementação.

Conforme os projetos vão finalizando, a arquitetura alvo vai sendo atingida e se transformando em arquitetura linha de base. Ou seja, depois de implementada a arquitetura futura ela passa a ser a arquitetura atual. Quando isso acontece o trabalho está finalizado?

O trabalho até estaria finalizado se o ideal de perfeição pudesse ser atingido, mas não é isso que acontece. Uma vez atingida uma arquitetura alvo, certamente novas demandas surgirão porque o mundo está em constante mudança. Assim, é tarefa do arquiteto acompanhar as necessidades de evolução. Tal acompanhamento é previsto na fase H. Gerenciamento da Mudança na Arquitetura.

Então, caso alguma mudança seja desejada um novo ciclo do ADM pode ser iniciado! E tudo começa novamente!

Este foi um relato bem resumido do ADM, apenas para contextualizá-lo como um todo. Mas cada uma dessas fases possui uma complexidade que precisa ser tratada para que a Arquitetura Corporativa atenda às expectativas da empresa. Mas isso é assunto para outros posts!

Até lá!





[1] Referência: TOGAF Versão 9.1 – Um Guia de Bolso
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