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O FACIN na prática com o Projeto GEO - Parte 3

No post anterior abordamos os padrões TOGAF, ArchiMate e o Modelo de Conteúdo do FACIN, insumos utilizados na Oficina FACIN-ABEP realizada pelo Serpro em parceria com a Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação (ABEP).
A oficina foi realizada com base em uma dinâmica de Análise de Cenário, compreendendo as atividades de identificação do problema, modelagem, análise e construção dos cenários atual e proposto (solução do problema).
Nesta postagem iniciamos a aplicação da dinâmica no cenário levantado pela PRODEMGE para implantar uma solução corporativa de geoprocessamento no Estado de Minas Gerais, aqui identificada apenas como Projeto GEO.
A figura 1 aborda o detalhamento da visão Estratégia do Projeto GEO utilizando o Framework de Arquitetura Corporativa para Interoperabilidade e Apoio à Governança (FACIN).


  Figura 1: Detalhamento da visão Estratégia do Projeto GEO

·                  Descrição do problema

Os diversos órgãos do Estado de Minas Gerais trabalham com informações geoprocessadas, entretanto, cada um utiliza ferramentas e informações diferentes e muitas vezes de difícil compatibilização e integração. A PRODEMGE vem buscando aprimorar o uso de dados e padronizar os serviços geoprocessados a partir da implantação de uma infraestrutura centralizada de dados geoespaciais, disponível em http://geo.mg.gov.br.

No entanto, observa-se uma dificuldade na obtenção dos dados, bem como em compartilhar e disponibilizar as informações de forma padronizada e que atenda às necessidades de cada órgão do Estado.

O projeto contempla o desenvolvimento e implantação de uma Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) Corporativa, voltada para os sistemas do Estado de Minas Gerais de forma a permitir que os dados geoespaciais estejam disponíveis, que sejam de fácil descoberta por novos usuários e que possam ser integrados a outras IDEs beneficiando o cidadão.

A figura 2 ilustra o fragmento de um ponto de vista da “Motivação” do Projeto GEO, utilizando-se dos padrões TOGAF e ArchiMate, que compartilham uma fundação comum na utilização dos conceitos de visões e partes interessadas, juntamente com o conceito de um repositório comum de artefatos e modelos de arquitetura.



 Figura 2: Motivação da visão Estratégia

O modelo ArchiMate simplificado mostra duas partes interessadas (o Cidadão e o Governo de Minas Gerais) e as suas preocupações, modeladas como motivadores.

Os serviços de geoprocessamento prestados de forma individualizada e as plataformas diferentes em cada órgão são avaliações das partes interessadas em relação a estas preocupações, e levam ao estabelecimento dos objetivos de Melhorar e ampliar a oferta de serviços de GEO, que inclui um objetivo mais refinado de Manter uma plataforma única de GEO.
A solução proposta tem como meta manter uma plataforma única de processamento, ilustrada pela figura 3, através de elementos de estratégia baseados em uma gestão por capacidades.

Capacidades focam nos resultados de negócio. Elas fornecem uma visão de alto nível das habilidades atuais e desejadas de uma organização, em relação à sua estratégia e ao seu ambiente. 

Elas são realizadas através de vários elementos (pessoas, processos, sistemas e assim por diante) que podem ser descritos, projetados e implementados usando abordagens de Arquitetura Corporativa.

 Figura 3: Capacidade da visão Estratégia
Recursos são um conceito central no campo da gestão estratégica, economia, ciências da computação, gerenciamento de portfólio e muito mais.

Recursos podem ser classificados em:
  • ativos tangíveis (ativos financeiros; por exemplo, numerário, valores mobiliários, capacidade de contrair empréstimos e ativos físicos; por exemplo, instalações, equipamentos, terrenos, reservas minerais), 
  • ativos intangíveis (tecnologia; por exemplo, patentes, direitos autorais, segredos comerciais; reputação, por exemplo, marca, relacionamentos; cultura) e 
  • ativos humanos (habilidades/conhecimentos, capacidade de comunicação e colaboração, motivação).

Em se tratando de ativos humanos é preciso ter uma equipe dimensionada adequadamente para atender à essa demanda com profissionais produtivos e qualificados, levando-se em consideração a restrição de não contratação de equipe.

O modelo proposto utiliza-se de dois componentes: elementos e relacionamentos, descritos na tabela 1. As cores dos elementos representam as camadas do ArchiMate e sua respectiva correspondência com o TOGAF, como vimos no artigo anterior.

Tabela 1: Elementos e Relacionamentos de Capacidade da visão Estratégia 
Fonte: ArchiMate 3.0 – Um Guia de Bolso


Acesse aqui o detalhamento completo da aplicação da dinâmica de Análise de Cenário, apresentada na Oficina FACIN-ABEP e utilizada pela PRODEMGE, para implantar uma solução corporativa de geoprocessamento no Estado de Minas Gerais, utilizando o FACIN.

No próximo artigo abordaremos o detalhamento da visão Negócios do Projeto GEO utilizando o FACIN!


Autores: Ademilson Jorge de B. Monteiro, Antonio Plais, Guttenberg Ferreira Passos, Leonardo Grandinetti Chaves e Sandro Laudares

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