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As nove Visões do FACIN - Parte 1 - Introdução

Olá pessoal! 

A partir de hoje daremos início a uma nova série de artigos abordando as nove visões do FACIN (Framework de Arquitetura Corporativa para Interoperabilidade no apoio à Governança), considerando os documentos atuais que constituem o framework. 

O FACIN tem por objetivo construir uma visão consistente dos modelos de representação das capacidades de cada organização governamental. Por meio do estabelecimento da Arquitetura Corporativa e de padrões de interoperabilidade, o FACIN apoia a Estratégia de Governança Digital Brasileira (EGD), ampliando a colaboração entre as organizações do Governo Federal e melhorando a eficiência dos serviços de governo eletrônico para a sociedade (cidadãos, governos, organizações e empresas). Como padrão, incorporado à Arquitetura ePING de Interoperabilidade, o FACIN atua como uma referência para os diversos órgãos da Administração Pública Federal (APF).

Importante salientar que este artigo inicial da série será de maior valia para aqueles que ainda não tiveram contato com o FACIN. Aqui abordaremos uma visão geral do Framework e nos demais artigos apresentaremos cada uma de suas visões, considerando o conjunto de documentos já elaborados para compor o framework.

Conforme já divulgado nas diversas mídias da Comunidade Áreas de Integração, recentemente, o FACIN foi utilizado na Oficina FACIN/ABEP, momento em que o framework foi posto em prática pelas entidades estaduais associadas à Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação - ABEP-TIC. Essa Oficina teve como objetivos principais:
  • Trabalhar a aplicação prática do FACIN em um cenário da ABEP-TIC;
  • Apresentar benefícios tangíveis do FACIN para a ABEP-TIC;
  • Desenvolver habilidades e conhecimento em Arquitetura Corporativa; e
  • Propiciar a interoperabilidade entre os estados e entre estes e o governo federal.
Para o desenvolvimento da Oficina, foram consumidos os três documentos componentes do FACIN, criados até o momento, rapidamente explanados a seguir:
  • O Documento inicial, que apresenta a evolução do governo eletrônico brasileiro, os desafios da governança digital, os conceitos que envolvem a arquitetura corporativa e uma visão inicial sobre o FACIN.
  • O Modelo de Referência (MR) está dividido em nove capítulos, que correspondem a cada uma das nove Visões, contendo um conjunto de seções:
  1. Descrição: contém uma breve exposição sobre a Visão/Modelo de Referência.
  2. Objetivos e Benefícios: onde são descritos os propósitos, incentivos e fatores críticos para se obter sucesso na implantação da Visão/Modelo de Referência.
  3. Papéis e Responsabilidades: descreve a responsabilidade de cada um dos papéis envolvidos com a implantação do FACIN.
  4. Políticas e Diretrizes: apresentam as orientações e instruções ou indicações para se estabelecer o Modelo de Referência.
  5. Padrões, Aspectos Legais e Melhores Práticas: Para a implementação do MR nas organizações governamentais, são apresentados guias, padrões e práticas que podem ser utilizados para modelagem e gestão de assuntos afetos aos temas abordados por cada Visão. Apresenta ainda a legislação relativa ao assunto.
  • O Modelo de Conteúdo (MC), por sua vez, é um documento que tem por objetivo descrever os elementos do FACIN, de forma a unificar a representação das Arquiteturas Corporativas desenvolvidas pelas diversas Organizações Governamentais, com foco na integração e construção da visão de Governo como um Todo. Este Modelo também está dividido em nove capítulos, que correspondem a cada uma das nove visões que compõe o FACIN, contendo um conjunto de seções que detalham:
  1. Modelo Conceitual: provê um conjunto de conceitos em forma de diagramas e suas respectivas representações que, por sua relevância, possibilitam a representação daquela determinada Visão em uma única Organização Governamental ou no conjunto delas;
  2. Alinhamento com as demais Visões: onde são apresentadas as integrações entre a Visão tratada em cada capítulo e suas interfaces com as outras visões do FACIN. Ou seja, cada Visão recebe entradas de outras Visões, produzindo saídas que serão utilizadas para o alinhamento das ações por toda a organização. No FACIN, em conformidade com o framework TOGAF, o gerenciamento destes requisitos é realizado a partir do Modelo de Desenvolvimento da Arquitetura;
  3. Artefatos: onde está listado o conjunto mínimo de artefatos que deve ser gerado para cada Visão, de acordo com as especificidades de cada Organização Governamental. Um artefato é um produto de trabalho arquitetural que descreve um aspecto da arquitetura. Artefatos são geralmente classificados como catálogos (listas de coisas), matrizes (mostrando relações entre as coisas), e diagramas (imagens das coisas);
  4. Taxonomias: visa prover um conjunto de termos de classificação e uma terminologia unificada dos elementos de conceitos selecionados para cada Visão, dentro do contexto do Governo como um Todo. A padronização por meio de taxonomias reduz a complexidade através da organização, abstração e simplificação de conjuntos de elementos de um determinado conceito. Esta estrutura provê uma linha de base para que todas as Organizações Governamentais unifiquem o conhecimento e fortaleçam a interoperabilidade entre elas. Adicionalmente, estabelece um dicionário de dados que visa descrever a definição de elementos classificados dentro da taxonomia, a partir da qual Organizações Governamentais podem especializar suas particularidades e também inserir termos específicos.
Conforme já foi dito, o Modelo de Conteúdo do FACIN é formado por visões que abrangem todo o ambiente corporativo, como apresentado na figura abaixo.


As visões, descritas em alto nível, são:
  • Estratégia: Descreve a missão, visão, valores, objetivos estratégicos e políticas da organização relacionando-os com os demais blocos da arquitetura.
  • Governança, Riscos e Conformidades: Descreve a coleção bem coordenada e integrada de todas as capacidades organizacionais, a implantação e monitoramento de controles necessários para apoiar o desempenho íntegro e atingimento dos objetivos estratégicos, em todos os níveis da organização, considerando a ordenação dos riscos e relacionamento de referências a legislações específicas voltadas à organização.
  • Negócios: Descreve a estrutura da arquitetura de negócios da organização contendo seus serviços, processos e regras necessárias a sua execução, seus recursos humanos, produtos e clientes. Descreve ainda a relação com processos de outras entidades bem como os serviços compartilhados.
  • Dados: Descreve o conjunto de dados e informações (estruturação e tipos), o relacionamento entre eles dentro de uma organização ou com outras organizações e o relacionamento entre os conceitos destes.
  • Aplicações: Descreve o conjunto de todas as soluções de software que permitam a produção, armazenamento, transmissão, acesso, segurança e o uso e intercâmbio das informações.
  • Infraestrutura: Descreve a estrutura física e de tecnologia necessária para execução dos sistemas de informação e operação da organização envolvendo a definição de regras, padrões e ferramentas necessárias à interoperabilidade de informações. Descreve ainda qualquer infraestrutura física necessária às operações da organização, não relativas a TI.
  • Segurança: Descreve os requisitos de segurança necessários a todos os níveis da organização, desde processos, dados e informações até o nível de infraestrutura.
  • Programas e Projetos: Descrevem o conjunto de projetos e as relações entre si, coordenados de maneira articulada para a realização dos objetivos estratégicos da organização. 
  • Sociedade: Descreve os variados perfis, interesses e formas de interação e participação da sociedade (cidadãos, empresas, fornecedores, demais organizações governamentais, etc.) com a organização.
Agora que apresentamos uma visão geral do estado atual da evolução do FACIN e e os seus documentos vigentes, vamos detalhar, no próximo artigo, a Visão de Governança, Riscos e Conformidades, abordando o que há de principal descrito nesses documentos, em respeito a essa visão.

Até lá!
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Comentários

  1. Excelente artigo Alexandre Coutinho! A Oficina ABEP-FACIN proporcionou uma dinâmica de Análise de Cenário que foi utilizada como base para o levantamento do cenário da Solução Corporativa de Georreferenciamento, disponível na série: http://areasdeintegracao.blogspot.com.br/2017/08/o-facin-na-pratica-com-o-projeto-geo.html

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