O TOGAF[1] é
um dos frameworks de arquitetura corporativa mais conhecidos no Brasil. Ele é
desenvolvido e mantido pelo Fórum de Arquitetura do The Open Group. Eu falei um
pouco sobre seu principal componente – o ADM – (1) e (2).
O padrão que descreve a versão 9.1 do TOGAF é um documento
de quase 700 páginas! Nele encontramos orientações para implantação da prática
de Arquitetura Corporativa em qualquer corporação.
Dentre essas
orientações podemos destacar um método para desenvolvimento da arquitetura (o ADM)
e um metamodelo descrevendo os elementos que devem ser modelados e mantidos
pela prática de arquitetura (o Framework de Conteúdo). Podemos dizer que não há
nenhuma surpresa nisso e que orientações como essas são esperadas (e,
principalmente, desejadas!) de um framework de arquitetura.
O TOGAF contém
ainda uma descrição detalhada do repositório de arquitetura e, também, um guia
com as questões que devem ser consideradas para a institucionalização da
prática de arquitetura. Esse guia, contempla, por exemplo, os processos de
governança de arquitetura e de avaliação de conformidade. Mas, além de
orientações como essas diretamente relacionadas à Arquitetura Corporativa, o
TOGAF fornece técnicas, para, por exemplo, planejamento de migração, gestão de
riscos e gestão de stakeholder. Tais orientações, embora úteis, transcendem o
escopo da prática essencial de Arquitetura Corporativa.
Há alguns anos que sou instrutora do curso acreditado de TOGAF, mas admito: dada a sua complexidade, eu não domino
em detalhes todo o framework. Eu tenho o hábito de sempre, antes de cada turma
do curso, escolher um tema e estudar, com atenção, revendo o material e relendo
as seções correspondentes do TOGAF. Mas, o maior aprendizado ocorre mesmo durante
os cursos, com a troca de informações com os participantes. As discussões
durante as aulas sempre trazem novas ideias e possibilitam o aprimoramento do
entendimento do TOGAF.
Junto a isso a
minha experiência como consultora e concluo que a percepção do uso do TOGAF
passa por três estágios:
1º Estágio (a primeira impressão) -> “O TOGAF é muito extenso, muito complicado e
é impossível adotá-lo.”
2º Estágio (depois de algum estudo) -> “Nossa! O TOGAF é muito bom! Ele aborda tudo
o que é preciso para implantar Arquitetura Corporativa!”
3º Estágio (conhecimento aliado à experiência) -> “Opa! No caso da minha empresa, determinada
orientação do TOGAF não pode ser implantada como ele sugere, preciso
adaptá-lo.”
Esse é o ponto
chave: ADAPTAÇÃO! O que muitas vezes
é esquecido é que o próprio TOGAF diz que ele precisa ser adaptado. Isso está
bem claro na fase preliminar do Método de Desenvolvimento da Arquitetura!
Figura. Passos referentes à Fase Preliminar
Como resultado do
passo (5) Adaptar o TOGAF e, se for o
caso, outros frameworks de Arquitetura da fase preliminar, você terá o
Framework de Arquitetura Corporativa
Adaptado para a realidade da sua empresa. Repare que, para fazer essa
adaptação, você não precisa nem mesmo considerar apenas o TOGAF. O passo é bem
explícito ao mencionar a possibilidade de uso de outros frameworks de
arquitetura.
Nesse sentido é
que temos o FACIN - Framework de
Arquitetura Corporativa e Padrões de Interoperabilidade. O FACIN é,
justamente, um framework de Arquitetura Corporativa adaptado para a realidade
do governo brasileiro - assunto amplamente tratado neste blog e que será
discutido no IV Fórum de Governança - O FACIN como padrão ePING.
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