Interoperabilidade, Gestão, Governança e Arquitetura Corporativas, como seus conceitos e práticas se incorporam ao FACIN - Framework de Arquitetura Corporativa para Apoio à Governança e Interoperabilidade - promovendo uma melhor organização dos recursos e uma consequente melhoria dos serviços prestados pelo governo à sociedade (cidadãos, governos, empresas e organizações) ? [vide posts anteriores I, II,III, IV]
O FACIN
Se a estrutura organizacional e suas competências
fazem parte de um conjunto de prioridades necessárias para que a governança – e
a implementação da Arquitetura Corporativa – seja realizada em uma organização,
é fato que devemos contar com algo que esteja acima delas, viabilizando a
interoperabilidade em suas três dimensões: técnica, semântica e organizacional.
Nesse contexto é importante ainda promover o alinhamento
entre os serviços prestados pela administração pública, os sistemas e soluções
de TI que os suportam, a infraestrutura requerida e as necessidades e demandas
impostas pela sociedade (cidadãos, organizações e empresas e o próprio
governo), na busca pela melhoria da qualidade dos serviços públicos.
Assim, tendo como premissa a definição do Banco
Mundial que governança é a capacidade dos governos de planejar, formular e
programar políticas e cumprir funções e entendendo gestão como uma
conseqüência (gerenciamento, administração), chegou-se ao FACIN - Framework de Arquitetura Corporativa para Apoio à
Governança e Interoperabilidade, que pretende ser um modelo de referência
para apoio à governança corporativa das organizações públicas e às necessidades
de interoperabilidade, dando suporte a Política de Governança Digital.
Por meio do estabelecimento
da Arquitetura Corporativa e de Padrões de Interoperabilidade, o FACIN apoiará
a Estratégia de Governança Digital Brasileira, ampliando a colaboração entre as
organizações do Governo Federal e melhorando a eficiência dos serviços de
governo eletrônico para a sociedade (cidadãos, governos, organizações e
empresas).
Para
promover adequadamente a melhoria na prestação dos serviços públicos para o
cidadão é preciso conhecer as demandas da sociedade, os dados de negócio das
Organizações e os serviços pelos quais são responsáveis, de forma a criar a
visão de Governo Integrado, acompanhando as ações integradoras que estão sendo
realizadas por seus gestores. A Governança pode apoiar esses desafios à medida
que, em sua
essência, tem como principal objetivo garantir a confiabilidade das
organizações, criando um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos
como de monitoramento, a fim de assegurar uma gestão alinhada e eficiente.
Como
um modelo de referência, o FACIN pretende, a partir de suas visões, integrar as
arquiteturas em uso pelos diferentes órgãos e entidades da administração
pública, viabilizando a interoperabilidade do governo como um todo. A partir de sua adoção como padrão, as
partes interessadas passam a referenciar seus blocos de arquitetura às visões
do framework, promovendo seu alinhamento e garantindo a evolução de suas
iniciativas com base nesta nova disciplina.
De
acordo com o The Open Group, países avançados em
Governo Eletrônico como a Coreia do Sul, Singapura, Estados Unidos, Estônia,
Noruega, Dinamarca, Austrália e Nova Zelândia adotam uma abordagem mais
holística em suas Arquiteturas Corporativas para Governo, com resultados
publicados no Relatório de Desenvolvimento de Governo Eletrônico das Nações Unidas. São países classificados com índices bem
elevados nesta pesquisa.
Entretanto o Brasil, assim como a Índia, que
ainda ocupa patamares abaixo da média global no desenvolvimento de Governo
Eletrônico e, portanto, apresenta uma oportunidade considerável de mover-se de forma mais
rápida e com ganhos ilimitados, tomando como base experiências compartilhadas
por países onde o governo eletrônico é mais avançado e associando seu
conhecimento à práticas consagradas de mercado.
Este
foi um dos fatores motivadores para que fossem envolvidos no desenvolvimento do
FACIN representantes de órgãos dos três poderes e das três esferas de governo,
sociedade civil, academia e entidades responsáveis por disciplinar padrões
relacionados ao Segmento, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, Instituto Brasileiro de Governança Pública – IBGP, Data Management Association – DAMA Brasil, Association Business Process Management Professionals – ABPMP, The Open Group e
Tribunal de Contas da União – TCU, entre
outros.
Como padrão de Arquitetura, a dinâmica adotada
para desenvolvimento do FACIN guarda semelhança com iniciativas internacionais
de outros governos, onde se pode destacar o Korean Government-wide
Enterprise Architecture Framework (GEAF), o Singapore Government
Enterprise Architecture (SGEA), Australian Government
Architecture (AGA), Government Enterprise Architecture (GEA-NZ) e o US Federal
Enterprise Architecture Framework (FEA).
Em comum, entre estas iniciativas e o FACIN, está o uso intensivo
de padrões de interoperabilidade e integração de soluções e serviços voltados
ao cidadão e a construção conjunta governo-entidades disciplinadoras de
padrões.
Como padrão de governo, o FACIN guarda relação com programas, diretrizes e estratégias de governo que tem como foco a boa gestão, a transparência e o emprego adequado de recursos no atendimento às demandas da sociedade por melhores serviços.
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