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No artigo anterior, discorremos sobre
como mudar a visão dos colaboradores e gestores quanto aos seus
processos e darmos aos mesmos uma noção de valor e agregação de
valor de seus processos.
Mas o que é valor quando se trata de
serviço público?
Para uma organização privada a
criação de valor está ligada ao aumento da satisfação do
cliente-consumidor. Se os processos forem mais eficientes, eficazes e
efetivos provocarão um incremento positivo na relação entre custo e
a percepção de valor pelo cliente e este estará disposto a dispender mais para obter o produto ou preferir este em detrimento de
outro (vantagem competitiva), aumentando, portanto, a margem de lucro
do empresário.
Em uma organização sem fins
lucrativos, a criação de valor somente faz sentido se for apontada
para o bem estar da coletividade. E, neste sentido, se torna
importante não somente “o quê” vai ser feito, mas também
“como” vai ser feito.
Os aspirantes a cargos eletivos ao se
candidatarem, geralmente, montam um projeto de governo envolvendo
saúde, educação, transporte, segurança etc, propondo uma forma de
lidar com cada um daqueles assuntos de interesse social de determinada
comunidade. Construindo, assim, um acordo (nem sempre cumprido) entre
representantes e representados.
Ao se elegerem dão um primeiro passo
para a formação do valor público: a legitimidade, isto é, se
tornam agentes públicos que cuidam dos negócios públicos como legítimos representantes do Estado.
A partir de seus projetos, passam a
criar políticas públicas para tratar dos problemas e demandas da
população local, materializando, no cumprimento de seu mandato,
aquilo que até então não passava de uma carta de intenções. A
partir de então, os agentes políticos passam a construir valor
público? Sim, desde que assim percebido pelo coletivo ao qual está
vinculado.
A mensuração deste valor público é
muito subjetiva, diferentemente da iniciativa privada que geralmente
possui indicadores financeiros para mensurar o retorno de suas
operações. Na administração pública geralmente se dá com a
consulta à opinião pública, quanto ao serviços prestados e,
principalmente, no caso de mandatos eletivos, no resultado das
próximas eleições.
Portanto, ao realizarem os seus
processos nas organizações públicas, os seus colaboradores e
gestores deverão estar atentos aos aspectos técnicos que produzirão
uma operação eficiente, utilizando racionalmente seus recursos e
eficazes entregando o quê de fato suas missões determinaram. No
entanto, não podem descuidar da dimensão política, fazendo com que
seus processos tenham um impacto na sociedade, no sentido esperado
por esta, isto é, sejam efetivos.
Quanto mais conscientes e alinhadas
com os aspectos técnicos e políticos, as organizações tenderão a
cooperarem e interoperarem para entregar serviços públicos de
qualidade que, de fato, cumpram o seu papel constitucional de preservar
direitos e produzir uma sociedade econômica e socialmente equilibrada.
Até a próxima!
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