No post anterior abordamos o Relatório de Levantamento de Governança de TI uma ação de grande porte voltada para a melhoria da gestão e governança nas organizações públicas e seus relacionamentos aos preceitos da governança corporativa.
O Data Management Body of Knowledge (DAMA DMBOK) trata da Gestão de Dados, visa controlar e alavancar eficazmente o uso dos ativos de dados. Sua missão e objetivos são atender e exceder às necessidades de informação de todos os envolvidos (stakeholders) da empresa em termos de disponibilidade, segurança e qualidade.
É uma responsabilidade tanto do setor de Tecnologia da Informação de uma empresa quanto de seus clientes internos e externos e envolve desde a alta direção, que utiliza dados na geração de informações estratégicas, até profissionais de nível operacional, que muitas vezes são responsáveis pela coleta e produção dos dados.
O DMBOK (2009) estrutura o processo de Gestão de Dados por meio de funções e atividades e está distribuído por dez áreas de conhecimento, conforme apresentado na Figura 1, a seguir:
Figura 01 - Áreas de conhecimento na Gestão de Dados, segundo o DMBOK
A trajetória de uma organização em direção à Gestão de Dados, na opinião de Carlos Barbieri e Fernanda Farinelli através de sua Visão Sintética e Comentada do DMBOK, requer muitos cuidados, exatamente pelas características fluídas deste elemento dentro da empresa, não bastando somente a adoção de um framework de referência.
Para eles é preciso haver uma forte mudança cultural. Há que se buscar uma maturidade gradativa de dados, da mesma forma com que as empresas buscam a maturidade em processos.
Além da maturidade, as empresas pretendentes a desenvolver ações de gestão de dados deverão ter o claro entendimento dos passos desse caminho, como por exemplo os nove P´s de Governança e Gestão de Dados da figura 2:
Figura 02 - Nove P´s da Gestão e Governança de Dados
O DAMA DMBOK está em consonância com o segmento Áreas de Integração para o Governo Eletrônico da ePING, que estabelece a padronização de especificações técnicas para sustentar o intercâmbio de informações em áreas transversais da atuação governamental, de forma a buscar a interoperabilidade de serviços de Governo Eletrônico Brasileiro.
Para mapear a convergência das ações aos pilares da governança corporativa foi desenvolvido um modelo constituído de dois componentes: elementos e conexões.
Os elementos são conceituados de acordo com sua especificidade e são relacionados a outros elementos por intermédio de conexões.
As conexões são estabelecidas de acordo com o elo de ligação entre os elementos identificados nas ações objeto dessa avaliação.
O modelo de alinhamento das ações de governança pode ser acessado em:
Elementos e conexões do DAMA DMBOK:
- Governança de TI;
- Governança de Dados;
- Gestão de Dados;
- Bloco Controle - Gespública;
- Transparência - IBGC;
- Informação e Comunicação - COSO;
- Sistemas de Informação - Modelo de Arquitetura Corporativa;
- Processos - Modelo de Arquitetura Corporativa;
- Indicadores de Desempenho dos Processos;
- 10 - Eficácia dos controles e independência das verificações realizadas nas organizações públicas - IBGP
- Auditoria - COSO;
- 5 - Envolvimento das partes interessadas no planejamento estratégico das organizações públicas - IBGP.
Figura 03 – Conexões do DAMA DMBOK
A Governança de Dados é o exercício de autoridade e controle (planejamento, monitoramento, e execução) sobre o gerenciamento de ativos de dados. A função de governança de dados guia como todas as outras funções da gestão de dados são realizadas.
O emprego dessa governança é essencial para avalizar o cumprimento da estratégia, pois visa garantir o volume, velocidade, variedade, veracidade e valor da informação, como destaca o Guia para o BPM CBOK:
• volume: os dados coletados, a forma como os dados são manipulados e o nível de detalhe capturado serão influenciados pela ferramenta utilizada para apoiar a equipe. Isso também determinará o volume de dados que poderá ser gerenciado e a forma como a informação será mantida, recuperada e consumida.
• velocidade: poucas organizações realmente entendem seus processos ponta a ponta e como otimizar o nível de fluxo do processo (interfuncional) e o de fluxo de trabalho (intrafuncional); ainda menos ter a capacidade de prover suporte a mudanças rápidas ou controlar a maior parte das mudanças que ocorrem. Parte do motivo é que a velocidade de mudanças nessas organizações está em muitas vezes vinculado à velocidade de mudança de seu ambiente de tecnologia da informação e sistemas legados, e a maioria das áreas de Tecnologia da Informação está sobrecarregada de solicitações de alterações de aplicativos às quais não consegue atender.
• variedade: um fator-chave para a compreensão da fase verificar do ciclo de vida do PDCA é que a medição de desempenho do processo pode ser abrangente, envolvendo a coleta de uma variedade de dados de diversas fontes, alimentando uma série de decisões e ações na fase fazer, que abrange um horizonte de tempo curto, médio e longo prazos.
• veracidade: uma das vantagens da automação de processos é rastrear e auditar ações que indicam conformidade com os controles desenhados para garantir qualidade em processos de produção e veracidade de informação entregue a órgãos regulatórios.
• valor da informação: no gerenciamento de desempenho de processos a informação é usada para comparar o desempenho real com as metas dos processos e tomar decisões a respeito de melhorar ou descontinuar processos existentes e/ou introduzir novos processos a fim de conectar os objetivos estratégicos da organização ao foco do cliente e partes interessadas.
O Mapa do alinhamento da ação à Governança Corporativa destaca a interoperabilidade, que pode ser entendida como uma característica que se refere à capacidade de diversas organizações trabalharem em conjunto de modo a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais interajam para trocar informações de maneira eficaz e eficiente.No próximo artigo abordaremos o Redesenho de Serviços Públicos.
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