Transparência Organizacional
Modelo de Maturidade em Transparência
Organizacional
No artigo anterior, discuti com vocês sobre
como Arquitetura Corporativa pode ajudar a implantar transparência nas empresas
e como podemos “fazer transparência” aos poucos, sem afobação.
Hoje vou falar especificamente sobre o
Modelo de Maturidade em Transparência Organizacional cujo objetivo é
estabelecer um caminho evolutivo para que organizações implementem o conceito
de transparência. Ele foi pensado em estágios, assim como outros modelos de
maturidade já conhecidos: CMMI, mps-BR, etc.
Lá no meu primeiro artigo eu dei uma
definição sobre Transparência Organizacional. Mas vou relembrar aqui com outras
palavras. Transparência Organizacional está relacionada com prover mecanismos
de transparência às informações que uma Organização gera e manipula.
Segundo minha querida amiga e Prof. Claudia
Cappelli: Transparência de Informações é definida como “a existência de políticas,
padrões e procedimentos que visam fornecer aos interessados informações sobre a
organização segundo características gerais de acesso, uso, qualidade de
conteúdo, entendimento e auditabilidade” (Cappelli, 2009).
Portanto, e também
relembrando, Transparência de Informações não é somente permitir o acesso à
informação. É uma qualidade que depende de onde é aplicada, por quem e para
quem. Fornecer transparência envolve permitir ou melhorar a visão sobre as
informações de uma organização ao dar oportunidade de conhecimento sobre a
mesma, reduzir a possibilidade de omissão entre as informações, possibilitar o
controle sobre os produtos e serviços prestados, facilitar a investigação, e
aumentar a confiança entre as organizações e a sociedade (Fung, Graham, Weil,
2007) (Cappelli, Leite, 2008) (Cappelli, 2009).
Neste sentido o Modelo de Maturidadeem Transparência está sendo desenvolvido em parceria entre Unirio, PUC-Rio e colaboradores externos. Trata-se de um modelo
de referência que contém práticas necessárias à maturidade em características
específicas, necessárias à implementação da TRANSPARÊNCIA ORGANIZACIONAL.
Este modelo possibilita a organização
estabelecer a ordem de melhoria que melhor atende os objetivos do seu negócio,
podendo ser caracterizado em níveis. Além disso, permite que a organização crie
sistemas de avaliação interna da melhoria contínua para alcance de níveis
seguintes ou manutenção de níveis de maturidade em TRANSPARÊNCIA.
Para construção do
Modelo de Maturidade em Transparência, foi definido pelo grupo de trabalho um
método para elaboração do mesmo. Este método, além de definir as práticas a
serem realizadas para construção do modelo, especificou também um metamodelo
que define os conceitos que devem fazer parte do modelo e seus relacionamentos.
Cada nível de maturidade reúne
características que são desejáveis para que a organização alcance o objetivo
definido pelo nível. O modelo define ainda práticas para a implementação de
cada característica em cada nível. As práticas ajudam às organizações a definirem
o que deve ser aplicado em seus procedimentos e políticas internas para que se
tornem aderentes às características de transparência. A implementação das
práticas determina a elaboração de produtos específicos, também sugeridos pelo
modelo.
Este é um trabalho em desenvolvimento
e o grupo de pesquisa atualmente está trabalhando na definição das práticas e
produtos de trabalho dos níveis 3 e 4 do modelo de maturidade.
O nível 2 do Modelo de Maturidade,
apresentado formalmente em Audiência Pública em 17/09/2013,
apresenta características que visam garantir às organizações, principalmente, a
capacidade de permitir o acesso às suas informações, além de atender a outras
características relacionadas a usabilidade, entendimento e auditabilidade, com
menor enfoque. Todas as características inseridas neste nível seguem as
diretrizes encontradas nos principais marcos regulatórios nacionais (Lei da
Transparência - 131, Lei do Acesso – 12.527, o Decreto n 7.724 - que dispõe
sobre o acesso a informações; e o Decreto 6932 - que diz respeito à
simplificação do atendimento público prestado ao cidadão). A ideia foi ajudar a
formalizar tudo que é demandado por estes documentos de uma forma mais clara e
objetiva, como uma lista de requisitos que precisam ser desenvolvidos e
implantados em uma empresa.
Cito abaixo, como exemplo, uma característica
e uma prática do nível 2, mas pretendo falar mais sobre este nível no meu próximo
artigo.
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Característica: Rastreabilidade
É
a capacidade de seguir o desenvolvimento de uma ação ou construção de uma
informação, suas mudanças e justificativas.
Uma das práticas para implantação
desta característica sugere “Identificar a fonte e o responsável pela
informação”. Desta forma é possível analisar a qualidade da informação coletada
na fonte e a própria fonte.
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Também já foi definido um método de avaliação do
Modelo de Maturidade em Transparência Organizacional que foi utilizado. Assunto
esse que trato nas próximas postagens.
Referências:
FUNG A.,
GRAHAM M., WEIL D., “Full Disclosure, the Perils and Promise of Transparency”,
Cambridge University Press, 2007.
CAPPELLI, C., LEITE, J. C. S. P. “Transparência de Processos
Organizacionais”. Universidade Federal Fluminense, LATEC. II Simpósio
Internacional de Transparência nos Negócios. 2008.
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