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Transformação do conhecimento na teoria - Arquitetura Corporativa e Transparência na prática


Por Vanessa Nunes

Olá Pessoal! Hoje eu queria falar sobre algo que tem tudo a ver com transparência: Conhecimento e o Poder que ela pode trazer para nós cidadãos. Ora, não é por acaso que em qualquer roda de conversa, não importa credo ou opinião política, é unânime que Educação neste País, é um veículo que certamente pode impulsionar sua melhoria e evolução em médio e longo prazo.

Mas não vou falar sobre Educação diretamente. Essa não é a minha praia. Vou falar de coisas mais relacionadas ao que Transparência Pública, quando implementada de forma efetiva, pode proporcionar, sendo otimista, em curto prazo.

Vamos lá!

O que é Conhecimento? Conhecimento é informação personalizada e subjetiva relacionada a fatos, conceitos, interpretações, ideias, observações e julgamentos (Alavi e Leidner, 1999). Essa é a definição mais clara que já encontrei e deixa claro que, sendo personalizada e subjetiva, ela consequentemente reside na cabeça das pessoas e não somente na coleção de informações disponíveis para acesso por qualquer um. 

Mas para que cheguemos nesse momento em que um indivíduo é capaz de se apropriar dos fatos e eventos que acontecem no mundo e elaborar, ele mesmo, seu próprio entendimento e opinião, é necessário que ocorra o que chamamos de transformação do conhecimento.

Nonaka e Takeuchi (1997) colocaram no papel definições do que é conhecimento tácito e conhecimento explícito. O conhecimento tácito é definido com sendo personalizado e de difícil formalização. Ele consiste de modelos incorporados ao termo know-how, ou seja, uma habilidade informal adquirida pelos indivíduos para realizar alguma atividade de trabalho e também consiste em modelos mentais, crenças e percepções. Em contrapartida, o conhecimento explícito pode ser facilmente expressado em termos claros. Ele pode ser representado através de documentos, textos, relatórios, tabelas, programas de computador e, portanto, é de simples compartilhamento.

Tendo isso em mente eles definiram a Espiral do Conhecimento, apresentada na figura abaixo.


Nesta espiral, o conhecimento explícito pode ser combinado entre si para produzir novos conhecimentos (combinação). Estes conhecimentos que estão explicitados podem ampliar, estender e reformular o conhecimento tácito dos indivíduos através da internalização. O conhecimento tácito pode então ser transmitido diretamente de um indivíduo para outro através, por exemplo, de observações, imitações e práticas (socialização). E, por fim, existe a formalização do conhecimento tácito em explícito através da externalização. 

E fica claro que para fazer essa espiral “girar” é necessário externalizar o conhecimento de forma organizada pensando em: 
  • Tornar o conhecimento visível; 
  • Desenvolver uma cultura de conhecimento através do encorajamento e da agregação de hábitos como compartilhamento de conhecimento e procura e oferta de conhecimento de forma proativa; e
  • Criar uma rede de conexões entre pessoas provendo espaço, ferramentas e encorajando a interação e a colaboração. 
Essa teoria toda que citei aqui serve para fortalecer, através de definições que foram definidas há tempos e continuam sendo discutidas até hoje, a estreita relação entre a transparência e arquitetura corporativa (com destaque para a arquitetura de processos e informações), assunto que venho trabalhando desde o início de minhas publicações neste Blog. 

A organização das informações sobre diversos domínios das organizações públicas como estratégia, negócios, processos, pessoas, informações, aplicações, serviços, infraestrutura, segurança, etc e as relações de interseção, rastreabilidade, impacto e dependência entre eles, quando alavancadas pela transparência deste conhecimento explícito para a Sociedade, nos ajuda a entender melhor o que acontece no nosso País, nos impele a participação mais ativa e nos torna pessoas capazes de pensar por nós mesmas. 

Objetivos e Interesses particulares sempre existirão em qualquer lugar do mundo, mas é importante que possamos pelo menos ter instrumentos para lutar esta batalha com alguma igualdade de condições. 

Transparência e Arquitetura Corporativa são as armas do futuro, mas precisamos começar agora. 

Vamos em frente! 
Até a próxima!

Referências
  • ALAVI, M., LEIDNER, D., Knowledge Management Systems: Emerging Views and Practices from the Field, Em: Proc. of 32nd Hawaii International Conference on System Sciences, Hawaii, 1999.
  • NONAKA, I. TAKEUCHI, H., Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1997.
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