Pular para o conteúdo principal

Decisões para o Novo Ano - Retrospectiva 2016

Esta postagem encerra minhas contribuições para a Comunidade Áreas de Integração em 2016. Em Março, depois das férias, uma nova etapa se iniciará. Aqui, gostaria de fazer um balanço do ano que se finda, e pensar no que o novo ano pode nos trazer.

Gerenciamento de Decisões

Ao longo de 2016 vocês tiveram a oportunidade de conhecer um pouco sobre o gerenciamento e a modelagem de decisões e regras de negócio. É um assunto novo no Brasil e ainda envolto em muitas névoas:
  • qual o valor do gerenciamento de decisões para as organizações?
  • qual o posicionamento do gerenciamento de decisões na organização? É um assunto para o pessoal de negócios (principalmente, para a direção das empresas), ou é apenas mais uma ferramenta incompreensível usada pelo pessoal de TI?
  • como o gerenciamento de decisões se encaixa na arquitetura da organização?
  • como a modelagem de decisões se integra com outras disciplinas, como a modelagem de processos (BPMN), a modelagem de dados (UML,ERD), e a modelagem de motivações (BMM)?
  • como a modelagem de decisões se difere da simples coleta e catalogação das regras e requisitos de negócio?
  • quais os ganhos em agilidade, precisão, conformidade e governança que o gerenciamento de decisões pode trazer?
No campo dos padrões e ferramentas, 2016 testemunhou o nascimento do padrão DMN - Decision Model and Notation, do OMG, e o início da sua adoção pelos fornecedores de ferramentas e de motores de regras. Em 2017 certamente teremos muitas novidades na área, na medida em que as empresas ao redor do mundo passarem a adotar o novo padrão em conjunto com o BPMN, efetivamente separando a lógica das atividades dos processos.

Arquitetura Corporativa

O mercado de arquitetura corporativa, no Brasil, sempre foi, na realidade, dominado pela Arquitetura de TI (Sistemas/Informações) e pela Arquitetura de Infraestrutura de TI, ao ponto da própria disciplina ser, de forma errônea, considerada como uma disciplina afeta apenas à área de TI. Nada poderia ser mais equivocado.

Como o próprio nome indica, a Arquitetura Corporativa diz respeito às organizações como um todo, desde a sua motivação, estratégia e objetivos de negócio até, naturalmente, sua infraestrutura (que não se restringe à infraestrutura de TI!). Ela tem a ver com a descrição da estrutura e dos princípios de funcionamento da organização, com o entendimento do seu estado atual, da posição em que ela pretende estar no futuro, e com os caminhos que ela tomará para chegar lá. A área de Arquitetura Corporativa deve ser encarada como uma área de suporte à alta direção, se possível ligada diretamente ao principal executivo, e não uma área de apoio às operações de TIC. Neste aspecto, muito ainda temos de caminhar...

Na área de linguagens e padrões de modelagem, em 2016 tivemos o muito aguardado lançamento da versão 3.0 da linguagem ArchiMate, padrão do The Open Group, que chegou com importantes novidades, como a adição de uma camada para a modelagem da estratégia de negócios e outra para modelar o mundo físico e sua conexão com o mundo digital. Com certeza, nos próximos meses veremos muitos projetos práticos aplicando estes novos conceitos, e espero um aumento significativo da adoção da linguagem no Brasil.

Análise de Negócios

Assim como a arquitetura corporativa, também a Análise de Negócios começa a ganhar maior projeção nos meios de negócio, e a deixar para trás sua imagem de "conexão entre o negócio e a TI" (ou seja, a simples coleta de requisitos para sistemas informatizados). Há muito mais na Análise de Negócios, e começamos a ver um movimento tímido no Brasil em direção ao entendimento de que a análise de negócios pode ser a grande alavanca para a promoção das mudanças nas organizações, seja ela uma mudança no modelo de negócios, seja uma transformação digital, seja uma simples racionalização de aplicativos ou processos.

Eu acredito firmemente nas ideias, técnicas e boas práticas reunidas no BABOK, o Guia do Corpo de Conhecimento da Análise de Negócios do IIBA (International Institute of Business Analysis). Uma das grandes contribuições do BABOK v3 é posicionar o Analista de Negócios como um verdadeiro agente de mudanças nas organizações, e demonstrar de forma clara as interações entre a análise de negócios e o gerenciamento de projetos, o gerenciamento de processos e a arquitetura corporativa. Correndo o risco de parecer simplista (e ofender alguns profissionais), somos todos analistas de negócio, independentemente dos cargos que estamos ocupando, e conhecer o BABOK (e, eventualmente, obter uma certificação) é um movimento que todos os profissionais envolvidos com as mudanças nas empresas (incluindo o próprio pessoal de negócios) deveria considerar para o futuro de suas carreiras.

FACIN

Eu não poderia terminar este breve retrospecto de 2016 sem mencionar o FACIN-Framework de Arquitetura Corporativa para Interoperabilidade e Apoio à Governança, uma iniciativa do SERPRO com o apoio da STI-MP, que objetiva criar um conjunto coeso de orientações e melhores práticas para avançar a prática da arquitetura corporativa nos órgãos da administração pública federal. O trabalho alcançou um resultado muito expressivo em 2016, com a construção, discussão e divulgação dos Modelos de Referências das nove áreas em que se divide o FACIN, e para 2017 trabalharemos ativamente para tornar esta iniciativa uma realidade.

Despedida

Ao longo de 2017 estaremos aqui, neste espaço, discutindo estes e outros temas de interesse da comunidade. Juntamente com os outros colegas articulistas, procurarei trazer temas relevantes para discussão na Sociedade e contribuir para a disseminação de conhecimentos nas minhas áreas de especialização. Aproveito esta oportunidade para exortá-los a contribuir para este debate, comentando os artigos publicados, fazendo perguntas, contribuindo com a sua experiência e sugerindo temas de seu interesse. Este espaço é feito para vocês...

Um Ano Novo de muitas realizações e sucessos para todos!


Voltar

Comentários