Transparência Organizacional
O que isso tem a ver com Arquitetura Corporativa?
Parte
II
No artigo anterior, discuti com vocês o que é transparência e apresentei alguns motivos para uma empresa querer ser transparente ao invés de só fazer porque a lei manda.
Hoje eu vou falar sobre como Arquitetura
Corporativa pode ajudar nessa empreitada e como podemos “fazer transparência”
aos poucos, sem afobação.
Para começo de conversa, quando
olhamos para as leis de acesso a informação fica difícil transformar aquele
texto todo em algo mais objetivo e claro, como uma lista de requisitos que
precisam ser desenvolvidos e implantados em uma empresa.
Por isso, o Governo Federal
disponibilizou um Guia para orientar os órgão e entidades do Poder Executivo
Federal para a implementação da seção sobre lei de Acesso à informação em seus
respectivos sítios eletrônicos. O guia define uma organização padrão e uniforme
da forma de disponibilização das informações o que facilita a localização e
obtenção das informações.
Mas lembra do que eu falei no artigo
passado? Implantar transparência não é somente isso. Esse é sim um primeiro
passo, porém ainda muito restrito, pois somente apresenta um conjunto finito (e
definido arbitrariamente pelo Governo) de informações, sem definir, ou sugerir,
como facilitar o uso, garantir qualidade, melhorar entendimento e garantir a auditabilidade. O caminho é longo.
Nesse sentido, foi definido o Modelo deMaturidade em Transparência Organizacional cujo objetivo
é estabelecer um caminho evolutivo para que organizações implementem o conceito
de transparência em estágios.
Porém, antes de me desesperar lendo todo
o modelo de maturidade em transparência organizacional (falo sobre ele no meu
próximo artigo!) e analisando como fazer para implementá-lo na minha empresa, é
preciso entender o que transparência representa no meu contexto. Que objetivos
tenho de verdade para utilizá-la juntamente com todas as outras práticas que já
tenho. E, neste momento, vamos perceber que implementar práticas de
transparência não deve ser pensar em um trabalho a mais no meio de tudo o que é
feito. Quando pensamos em transparência, devemos pensar em organização e
relacionamento de informações antes de qualquer coisa, porque não temos como
tornar transparentes informações que estão uma bagunça onde nada se conecta com
nada. Isso seria sim um trabalho insano!!! Eu diria até, impossível!!!
Então, ótimo!!! Acabamos de descobrir
que a inserção destas práticas no dia a dia da empresa se dará fortemente pela
organização e relacionamento entre informações existentes. Mas, antes disso,
precisamos avaliar que informações precisam ser transparentes, em que grau,
qual a relação entre as informações, que detalhes elas precisam ter, quem são
os responsáveis por ela. Todas essas ações vão ao encontro dos movimentos de
estabelecimento do que chamamos de uma arquitetura
corporativa, que prega, em primeira instância, uma estruturação das
informações da empresa.
De uma forma simples e direta, John Zachman
define Arquitetura Corporativa como “o conjunto de modelos necessário
para representar uma organização”.
Portanto, o objetivo principal de “fazer
arquitetura corporativa“ é, justamente, construir, organizar e manter
conhecimento sobre a empresa, relacionar este conhecimento com as ações do dia a
dia e definir sua forma de uso para maximizar seus objetivos estratégicos. E
olha que legal!!! Quando, você volta e olha novamente para o conceito de
transparência, percebe que pode este ser implementado através da ideia de
“arquiteturar a informação”, ou seja, posso me tornar transparente organizando,
relacionando e disponibilizando informação. Ou seja, “arquiteturar informação“
é a base para a transparência!!!
Mas daí você pensa em organizar e relacionar
informações e dá um cansaço... Na sua cabeça pode surgir a seguinte questão: como fazer para organizar e relacionar todas
as informações da minha empresa? Vou levar anos fazendo isso... Mas atenção!!!
Nenhum modelo de boas práticas ou framework de implantação disse que você deve
sair fazendo tudo para toda sua organização! Estabeleça pequenos objetivos e
foque em “arquiteturar“ o que atende a esses objetivos. É assim com arquitetura
corporativa! É assim com transparência!! Podemos ir transparecendo aos poucos e
a cada dia mais!!!
De uma certa forma, o Governo propôs
isso no Guia. Só que o Guia só se preocupa com um aspecto de manipulação de um
conjunto finito de informações e não fica claro quais são os próximos passos. Mas
isso vamos discutir no próximo post em que falaremos dos níveis de
transparência!!!
Pra finalizar, e voltando a vender meu peixe: O
que eu acho extremamente importante observar, mas difícil medir, (eu juro que não é frase de para-choque de
caminhão!) é que informações transparentes geram maior confiança dos
usuários nas organizações já que seus dados estão sendo divulgados de maneira
adequada e todo seu histórico e relação com a organização são conhecidos. Isso
as torna mais confiáveis e, consequentemente, mais interessantes aos olhos do
consumidor (interno ou não). Isso também faz com que o funcionário se sinta mais
confortável em trabalhar com informações em que ele confia e isso ajuda a
melhorar a qualidade e diminuir o esforço do trabalho realizado, o que ajuda a
gerar retorno para a empresa.
Até a próxima!
Comentários
Postar um comentário