O Modelo de Excelência da Gestão® - MEG é uma metodologia de
gestão desenvolvida pela Fundação Nacional da Qualidade – FNQ, fruto de um
esforço coletivo de usuários, examinadores e especialistas junto ao Núcleo
Técnico daquela fundação. O modelo vem evoluindo desde 2001, quando deixaram de
adotar o modelo americano da estrutura do Malcolm Baldrige National Quality
Award e encontra-se atualmente na 20ª edição.
A missão da FNQ é “estimular e apoiar as organizações para o
desenvolvimento e a evolução de sua gestão, por meio da disseminação dos
Fundamentos e Critérios de Excelência, para que se tornem sustentáveis,
cooperativas e gerem valor para a sociedade”.
Instituidora do Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ, a FNQ
utiliza o MEG como base para avaliação das organizações candidatas ao prêmio.
O motivo pelo qual estou trazendo o MEG para os leitores do
Blog é mostrar a flexibilidade, a completude e atualidade do modelo de gestão.
O MEG se erige sob os chamados Fundamentos de Excelência que
trazem conceitos e ideias já reconhecidas no mundo empresarial e são mensurados
e avaliados sistêmicamente a partir de Critérios de Excelência da Gestão. Abaixo transcrevemos
os fundamentos e critérios do MEG:
1. Pensamento sistêmico
Compreensão e tratamento das relações de interdependência e
seus efeitos entre os diversos componentes que formam a organização, bem como
entre eles e o ambiente com o qual interagem.
2. Atuação em rede
Desenvolvimento de relações e atividades em cooperação entre
organizações ou indivíduos com interesses comuns e competências complementares.
3. Aprendizado organizacional
Busca de maior eficácia e eficiência dos processos da
organização e alcance de um novo patamar de competência, por meio da percepção,
reflexão, avaliação e do compartilhamento de conhecimento e experiências.
4. Inovação
Promoção de um ambiente favorável à criatividade,
experimentação e implementação de novas ideias capazes de gerar ganhos de
competitividade com desenvolvimento sustentável.
5. Agilidade
Flexibilidade e rapidez de adaptação a novas demandas das
partes interessadas e mudanças do ambiente, considerando a velocidade de
assimilação e o tempo de ciclo dos processos.
6. Liderança transformadora
Atuação dos líderes de forma inspiradora, exemplar,
realizadora e com constância de propósito, estimulando as pessoas em torno de
valores, princípios e objetivos da organização, explorando as potencialidades
das culturas presentes, preparando líderes e interagindo com as partes
interessadas.
7. Olhar para o futuro
Projeção e compreensão de cenários e tendências prováveis do
ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização, no curto e longo prazos,
avaliando alternativas e adotando estratégias mais apropriadas.
8. Conhecimento sobre clientes e mercados
Interação com clientes e mercados e entendimento de
necessidades, expectativas e comportamentos, explícitos e potenciais, criando
valor de forma sustentável.
9. Responsabilidade social
Dever da organização de responder
pelos impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente,
e de contribuir para a melhoria das condições de vida, por meio de um
comportamento ético e transparente, visando ao desenvolvimento sustentável.
10. Valorização das pessoas e da cultura
Criação de condições positivas e seguras para as pessoas se
desenvolverem integralmente, com ênfase na maximização do desempenho, na
diversidade e no fortalecimento de crenças, costumes e comportamentos
favoráveis à excelência.
11. Decisões fundamentadas
Deliberações sobre direções a seguir e ações a executar,
utilizando o conhecimento gerado a partir do tratamento de informações obtidas
em medições, avaliações e análises de desempenho, de riscos, de
retroalimentações e de experiências.
12. Orientação por processos
Busca de eficiência e eficácia nos conjuntos de atividades
que formam a cadeia de agregação de valor para os clientes e demais partes
interessadas.
13. Geração de valor
Alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem
como de resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência,
e que atendam às necessidades das partes interessadas.
CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA
Clientes: Análise e desenvolvimento de mercado, entendimento
das necessidades e expectativas dos clientes atuais e potenciais, gerenciamento
da marca e imagem da organização e relacionamento com clientes.
Pessoas: Sistemas de trabalho, identificação de
competências, seleção e integração de pessoas, avaliação de desempenho,
remuneração e reconhecimento, capacitação e desenvolvimento, preparação de
novos líderes e qualidade de vida.
Liderança: Cultura organizacional e desenvolvimento da
gestão, da governança, dos riscos, da interação com as partes interessadas, do
exercício da liderança e da análise do desempenho da organização.
Estratégias e planos: Formulação e implementação das
estratégias, por meio de análise dos ambientes interno e externo, ativos
intangíveis, como a definição de indicadores e metas, desdobramentos de planos
de ação.
Sociedade: Responsabilidade socioambiental e desenvolvimento
social, que incluem identificação das necessidades e expectativas da sociedade,
atendimento à legislação.
Processos: Processos da cadeia de valor em interação,
projetados para atender aos requisitos de produtos, das partes interessadas,
que realizam as transformações e entregas da organização, considerando em
destaque os relativos a fornecedores e os econômico-financeiros.
Resultados: Apresentação de resultados estratégicos e
operacionais relevantes para a organização, na forma de indicadores que
permitam avaliar, no conjunto, a melhoria dos resultados, o nível de
competitividade e o cumprimento de compromissos com requisitos de partes
interessadas, nas perspectivas econômico-financeira, socioambiental e relativas
a clientes e mercados, a pessoas e aos processos da cadeia de valor.
Informações e conhecimento: Informações da organização,
desde a identificação de necessidades até a implantação do sistema de
informação, e gestão do conhecimento organizacional, ao identificar,
desenvolver, reter e proteger, difundir e utilizar os conhecimentos necessários
para a implementação das estratégias.
Para aqueles que pretendem buscar a evolução dos seus
modelos de gestão acredito que o MEG é um excelente ponto de partida.
Para mais informações acesse www.fnq.org.br.
Até a próxima!
Caro Herbert, muito boa a contribuição. Complemento a informação, lembrando que o Ministério do Planejamento é responsável pelo Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP), variante dos referenciais nacionais e internacionais com ênfase específica em organizações públicas. É a principal fonte do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (Gespública, lançado em 2005) e dos doze ciclos de premiação do Prêmio Nacional da Gestão Pública (PQGF). O site www.gespublica.gov.br traz maiores informações. Abraços.
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