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As nove Visões do FACIN – Parte 5 – Aplicações

 Por: Alexandre Coutinho

Olá!

No artigo anterior abordamos a Visão de Negócios do Framework de Arquitetura Corporativa para Interoperabilidade no Apoio à Governança (FACIN). Neste 5º artigo dessa série trataremos da Visão de Aplicações.

Esta Visão do FACIN descreve o conjunto de elementos de software que permitam a produção, armazenamento, transmissão, acesso, segurança e o uso e intercâmbio das informações dentro do contexto de execução dos processos de negócios das organizações governamentais. No nível do Governo como um todo, esta Visão estabelece modelos, artefatos e guias comuns como forma de promover uma uniformização do conhecimento e fortalecer o compartilhamento, consolidação e reuso de aplicações que suportam os serviços de TIC. No nível das organizações governamentais, esta Visão descreve os ativos de aplicações de apoio à gestão interna e ao portfólio de serviços de TIC entregues.

Estes elementos, a relação entre eles e os artefatos, diretrizes, políticas e padrões associados, devem ser utilizados como base para todas as organizações governamentais desenvolverem e gerirem sua arquitetura de aplicações e serviços de TIC.

O estabelecimento dessa Visão provê uma visão unificada e Inter organizacional das aplicações e serviços de TIC e das oportunidades de compartilhamento destes ativos, fortalecendo a adoção dos padrões ePing que visam promover a padronização da comunicação e interoperabilidade entre as organizações governamentais através do uso de TIC. Dessa forma, apoia as organizações governamentais a gerirem aspectos de eficiência, eficácia e evolução contínua das suas aplicações e serviços de TIC tanto em nível global, como também servindo como base para guiar as iniciativas individuais de cada uma, orientadas ao desempenho na prestação de serviços à sociedade.

O Modelo Conceitual de Referência de Aplicações provê uma apresentação dos conceitos necessários à representação das aplicações de uma organização governamental. Quando associado às outras visões, provê também a rastreabilidade do alinhamento das ações de investimentos em aplicações em relação aos objetivos estratégicos e consequentes demandas por processos, serviços e gestão de dados e informações. Os principais conceitos envolvidos na Visão de Aplicações são apresentados na figura abaixo e descritos na sequência.

  • Componente de Aplicação: Representa uma unidade independente e implantável de software que encapsula um comportamento bem definido através de suas funções e os expõe através de um conjunto de serviços para suportar um processo de negócio. Ex.: Aplicação Financeira, ERP, CRM.
  • Função da Aplicação: Representa um comportamento automatizado que é realizado por um componente de aplicação. Ex.: Realizar Faturamento, Cobrar multa, Analisar CPF.
  • Serviço de aplicação: Representa um comportamento explicitamente exposto ou consumido por uma função de aplicação para o ambiente externo (usuários ou outros componentes de aplicação). Ex.: Recupera nota fiscal, Calcula valor a pagar, Consulta CPF.
Para a entrega dos produtos e serviços baseados em Aplicações de TI, com a maior eficiência e eficácia, é necessário que a Visão de Aplicações esteja totalmente alinhada às demais visões definidas na arquitetura corporativa da organização ou mesmo com a de outros órgãos. O diagrama abaixo mostra os principais fluxos de requisitos que são consumidos e gerados por esta Visão.



A figura não mostra todas as relações permitidas: cada elemento pode ter relações de composição, agregação e especialização com elementos do mesmo tipo. Além disso, há relações indiretas que podem ser derivadas.

A fim de operacionalizar e gerir a Visão de Aplicações, o FACIN sugere, mas não limita, que as organizações devam adotar ao menos os seguintes papéis:
  • Alta Administração/Direção da organização governamental: Responsáveis pela governança da organização;
  • Alta Gestão da organização governamental: Responsáveis por definir os objetivos e serviços aplicáveis ao seu contexto, com base nas metas estabelecidas dentro do planejamento do Governo como um todo e do papel exercido por sua organização em particular;
  • Gestores intermediários da organização governamental: Responsáveis diretamente por metas específicas definidas dentro da Visão de Dados de sua Organização;
  • Arquitetos de aplicações e serviços da organização governamental: Responsáveis pela definição e evolução da Arquitetura de Aplicações estabelecida na Organização. Devem apresentar aos gestores intermediários da organização os planos de mudança da arquitetura para a incorporação de novos serviços e melhorias dos serviços a seus usuários;
  • Equipes de operação e suporte: Responsáveis pela operação contínua e ininterrupta dos serviços oferecidos pela arquitetura e sua monitoração. Devem reportar aos arquitetos de aplicações as necessidades de modificações necessárias para a performance adequada do ambiente;
  • Usuários de serviços de TI: Pessoas ou organizações que são o objeto final para a definição adequada dos elementos de arquitetura que permitam oferecer os serviços, da melhor forma possível.
Um importante ponto a ser considerado na Visão de Aplicações, principalmente para permitir a interoperabilidade, o reuso e o consumo de aplicações de maneira mais eficiente, diz respeito ao estabelecimento de uma taxonomia para a categorização de aplicações. A padronização através de uma taxonomia unificada provê uma forma para que todas as organizações governamentais descrevam os seus ativos de aplicações.

A ilustração abaixo demonstra os principais componentes da Taxonomia de Referência para Aplicações. As camadas são descritas a seguir:


  • Domínio de Aplicações: Representam os domínios de aplicações em alto nível. Exemplos de domínios são:
    • Aplicações Corporativas: São as soluções de software que proveem funcionalidades que suportam os processos e as necessidades de negócio das organizações governamentais;
    • Aplicações de TIC: Proveem os pacotes de software básicos necessários para a adequada execução das Aplicações Corporativas ou de Negócio , bem como a interação com as demais Visões do FACIN.
  • Categoria de Aplicações: Representam as categorias de cada Domínio. Exemplos de categorias são: 
    • Para o Domínio Aplicações Corporativas:
      • Sistema de colaboração;
      • Sistema de gestão de relacionamento com clientes;
      • Sistema de gestão de relacionamento com fornecedores;
      • Sistema de gestão de recursos humanos.
    • Para o Domínio Aplicações de TIC:
      • Sistemas de provimento de serviços WEB;
      • Sistemas de provimento de serviços de desenvolvimento;
      • Sistema de gerenciamento de Aplicações;
      • Sistemas de serviços de email.
  • Tipo de Aplicações: Representam os tipos específicos de aplicações que podem existir em cada categoria. Exemplos de tipos de aplicações são:
    • Para Sistemas de serviços de BI:
      • Data Warehouse;
      • Gestão de conhecimento.
    • Para Sistemas de provimento de serviços de desenvolvimento:
      • Frameworks de desenvolvimento; 
      • Gestão de configuração;
      • Ferramentas CASE.
    • Para Sistemas de segurança:
      • SSL, SSH, Controle de acesso em rede.
A seguir são apresentados os referenciais de métodos e melhores práticas utilizados para a construção da Visão de Aplicações do FACIN, pelas Organizações:
  • ISO/IEC 38500 Information Technology - Governance of IT - for the Organization (http://www.iso.org/iso/home/store/catalogue_tc/catalogue_detail.htm?csnumber=62816) 
  • The Open Group TOGAF (https://www.opengroup.org/togaf/) 
  • ISO/IEC/IEEE 42010:2011 Systems and software engineering -- Architecture description (http://www.iso.org/iso/home/store/catalogue_tc/catalogue_detail.htm?csnumber=50508) 
  • Guia de PDTIC do SISP (www.sisp.gov.br/guiapctid/wiki/Documento ).
Quer fazer parte da construção desse Framework e ajudar a melhorar a disponibilização de produtos e serviços de governo para a sociedade? Deixe aqui as suas percepções!

No próximo artigo apresentaremos a Visão de Dados. Aguarde!
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