(Imagem:3.bp.blogspot.com)
Meu filho até recentemente não tinha
aprendido a andar de bicicleta. Numa viagem com a mãe quando ainda
bem pequeno, tentando dar as primeira pedaladas, tomou um tombo
daqueles, colecionou uns bons ralados e meio que ficou traumatizado.
Desde então, não se interessara mais pelo camelo (como chamamos a
bike aqui no Rio), sua bicicleta enferrujou e foi abandonada.
De tanto eu insistir, um belo dia, ele
já com 14 anos, meio a contragosto, cedeu e fomos lá tentar
resgatar esse tempo sem a companheira de qualquer criança.
Encontramos na Lagoa Rodrigo de Freitas, um local gramado e aberto em
que uma queda não fosse dar maiores prejuízos, nem para nós, nem
para os transeuntes. Aquela dupla diferente de pai e filho iniciante,
visto que ele já era maior que eu, começou com aquele processo em
looping: senta, pedala, segura o selim, empurra, acompanha, solta,
desequilibra, pára. Até que, em pouco tempo, lá estava ele
pedalando por si só e... adorando!
Nos órgãos em que iniciei um trabalho
de BPM, sempre tinha um histórico meio traumático no gerenciamento
de seus processos, ou em sua tentativa. Uma consultoria havia sido
contratada, ¨a peso de ouro¨, e um trabalho de mapeamento teria
sido iniciado, mas engavetado, pouco tempo depois que a contratada
foi embora. Ou, em meio a um projeto de melhoria, um gestor teria
sido substituído e o projeto abandonado no meio do caminho. Ou, por
imaturidade da equipe, o projeto se tornou longo demais, perdeu o
sentido e deixado de lado. Podemos ficar aqui enumerando a quantidade
de incidentes que podem tirar o ânimo de gestores e colaboradores
quando ouvem falar em gestão por processos.
BPM por ser uma disciplina, em seu
formato atual, relativamente nova, principalmente em órgãos
públicos, deixou e deixa um rastro de tentativas e erros por seu
caminho. Ao ponto de até profissionais mais experientes e arejados
acharem que os gestores jamais irão atingir a maturidade necessária
para tornar a gestão por processo um ciclo de melhoria e um sistema
de gestão.
A resiliência é uma característica
necessária a todo o profissional que deseja militar nesta área. Os
erros virão, os baldes de água fria (de cima e de baixo) também,
mas o importante é sempre aprender com as quedas e ter sempre a
certeza que cada incidente é um degrau rumo a maturidade, e ao
sucesso. Como filosofava Rocky Balboa: ¨Não importa o quão
forte você golpeia, mas sim quantos golpes você aguenta levar e
continuar em frente¨.
Não foi fácil para mim e meu filho,
tivemos que passar por um trauma e muita insistência, mas hoje
passeamos juntos de bicicleta, eu orgulhoso de ter cumprido meu papel
de pai e ele curtindo o prazer e liberdade que somente quem anda de
bicicleta pode entender.
Até a próxima!
Comecei muito tarde mesmo queria ter aprendido antes mas por sorte tive meu velho me dando apoio.
ResponderExcluirValeu, filhão!
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