Planejando a Construção da Catedral de Milão
O
que é Arquitetar?
No meu artigo
anterior, ao contemplarmos a Catedral de Milão, refletimos a respeito da
importância do planejamento ser alinhado aos objetivos traçados. Mas como esse
planejamento deve ser feito?
Eu pensei em
exemplificar alguns elementos que precisaríamos para construir uma catedral,
mas esse conhecimento está fora do meu alcance e só pensei em itens óbvios.
Prefiro, então, ir direto ao ponto e dizer que temos uma palavra para resumir
todo esse planejamento:
Arquitetura
Como estou
seguindo a linha histórica nesses primeiros artigos, citarei o relato mais
antigo que temos sobre esse tema que remete ao século I a.C. e foi escrito por Marcos Vitrúvio Polião na obra de "De Architectura Libri Decem" (em
português: Dez Livros sobre a Arquitetura).
Figura 1. Meu exemplar da obra "De
Architecture" traduzida do latim diretamente para o português
Nesta obra,
Vitrúvio descreveu, ao longo de 10 volumes, todos os detalhes que deveriam ser
considerados pela arquitetura, desde a formação do arquiteto, passando pelos
materiais a serem utilizados na construção e técnicas de hidráulica até
defender que os arquitetos fossem responsabilizados pelos orçamentos que
apresentassem, a fim de se evitar o exercício da profissão por pessoas não
devidamente aptas, sabedoras e experientes. Além disso, ele ainda indicou como
deveriam ocorrer as construções de templos, de diferentes tipos de prédios
públicos e edifícios privados como casas urbanas e rurais. Em resumo, tudo
relacionado a edificações no século I a. C. estava descrito nessa obra.
Segundo
Vitrúvio, arquitetura consta de ordenação
e disposição.
Por ordenação, ele entende a justa
proporção na medida das partes da obra consideradas separadamente e numa visão
de totalidade.
Figura 2. Ilustração do projeto de uma coluna de templo
presente na página 137 do “Tratado de Arquitetura”.
Já a disposição é
a colocação adequada das coisas e o efeito estético da obra com a qualidade que
lhe vem dessas adequações.
Figura 3. Ilustração das fundações de um templo, com
destaque para a exigência pelo número ímpar de degraus de forma a prevalecer o
pé direito. Página 131 do “Tratado de Arquitetura”.
Analisando esses pontos e remetendo-nos ao mundo corporativo, eu
pergunto:
A
ordenação e a disposição estão sendo consideradas na instituição na qual você
trabalha?
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