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BPM na Administração Pública

(imagem: clubedamotivacao.com)


A tentativa de modernização das técnicas gerenciais na gestão pública tem uma trajetória recente, iniciando com o movimento gerencialista de Bresser Pereira e sua “Reforma da Gestão Pública” quando ministro do extinto MARE, em 1995, culminando com a edição da Emenda Constitucional nº 19 de 1998, quando, dentre outras mudanças, foi adicionada a expressão ¨eficiência¨ nos princípios que regem a administração pública.

Apesar de seus detratores acusarem tal movimento de interpor teorias neoliberais de Estado mínimo e desmantelamento do serviço público, não há dúvida que a Burocracia como base teórica para a estruturação da gestão pública, vinha já mostrando sinais visíveis de cansaço e ineficiência na busca pela entrega de um serviço público de qualidade, principalmente num mundo onde as mudanças nas ordens econômicas, sociais, políticas e ambientais ocorrem muito mais rapidamente.

Sem querer aprofundar na discussão da evolução teórica da gestão pública, tal movimento de modernização trouxe vários instrumentos que, sendo bem adaptados à gestão pública, podem e, de fato, estão trazendo bons resultados às administrações e impactando na entrega de suas missões.

Dentre tais ferramentas, podemos destacar o Gerenciamento de Processos como um dos frutos mais recentes desta tendência. Podendo ser entendida como uma evolução da disciplina clássica de Organização e Métodos ou Organização, Sistemas e Métodos, tal abordagem não tem uma origem exata, mas sempre esteve vinculada ao estudo das atividades produtivas e métodos de gestão das organizações.

Fundada em 2003, com sede nos EUA, a ABPMP – Association of Business Process Management Professionals, é uma entidade sem fins lucrativos dedicada ao avanço dos conceitos e práticas de BPM – Business Processe Management. Esta associação vem certificando milhares de profissionais pelo mundo para trabalhar com BPM e é responsável pela manutenção dos conhecimentos sobre disciplina no CBOK - Business Process Management Common Body of Knowledge, hoje na versão 3.0. Temos, desde 2008, o capítulo brasileiro desta associação, a ABPMP Brasil Chapter.

A adoção desta e de outras ferramentas deve se dar de forma criteriosa levando em conta as características do serviço público, seu fim social e a sua dimensão política. Para tanto, tornam-se necessários investimentos para a sensibilização dos gestores públicos e capacitação dos servidores para a correta concatenação desses instrumentos na realidade da Administração Pública, demonstrando o impacto nas políticas públicas e na prestação do serviço público de qualidade. 

A decisão de melhorar é também uma decisão individual, somente poderemos mudar a visão da sociedade em relação ao serviço público se começarmos, de fato, a mudar a forma como nos organizamos e trabalhamos. Se você que está lendo este artigo e é servidor público, você também faz parte dessa mudança e é responsável por ela. Saiba que você não está sozinho e a cada dia mais e mais servidores, orgulhosos de seu trabalho, estão construindo, tijolo por tijolo, um Serviço Público que este país precisa e merece.




Até a próxima!
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