Amigos
do blog, acabo de reler - após mais de 10 anos -, o ótimo livro "O
Último Teorema de Fermat", de Simon Singh. Conta a fascinante
história de um homem atrás de seu sonho de criança: provar a
correção de um dos maiores mistérios da história da Matemática.
Lembro-me de tomar conhecimento do teorema pelo livro que usávamos nas aulas de Cálculo I - ao fim de cada capítulo o autor apresentava alguma curiosidade matemática e o caso de Fermat era peculiar: o "Príncipe dos Matemáticos" rascunhara nas páginas de uma edição de "Aritmética", de Diofanto, uma pequena nota em que afirmava de "ter uma demonstração verdadeiramente maravilhosa para essa proposição, para a qual esta margem se mostra muito pequena". A proposição em questão era a de não haver solução para a equação
Tal prova nunca foi encontrada e somente em 1994 - mais de 350 anos após a nota de Fermat - o matemático Andrew Wiles conseguiu demonstrar sua veracidade. A dúvida que permanece até hoje é: teria Fermat realmente uma prova correta para o problema ou ele teria cometido algum equívoco?
Quando penso no Último Teorema de Fermat faço uma correlação com nossos problemas cotidianos de gerenciamento de processos. O valor a ser gerado tanto por Fermat - em 1637 - quanto por Wiles (na década de 1990) era o mesmo e estava muito bem caracterizado. Porém, os insumos, as referências e as infraestruturas disponíveis para cada um deles eram totalmente distintas. Fermat possuía o conhecimento científico e social de um homem do século XVII, ao passo que Wiles usou descobertas matemáticas e instrumentais inacessíveis para o francês. Admitindo-se que Fermat não tenha cometido qualquer erro em sua descoberta (ou seja, que ele tivesse realmente uma prova genial para a resolução do problema), é certo que os processos de geração do resultado - valor - usados por Fermat e por Wiles são profundamente diferentes. Tivesse um gestor moderno que decidir quanto a qual dos caminhos a ser usado em uma aplicação, provavelmente se basearia em características associadas à qualidade dos processos,tais como tempo, inovação, custos e outras.
Ou talvez considerasse a perspectiva histórica e aceitasse a possibilidade das duas abordagens co-existindo, respeitando o contexto a envolver os dois (brilhantes) matemáticos.
Nos próximos posts iremos explorar mais a questão contextual na geração dos processos e de seus resultados, ressaltando a flexibilidade e a robustez decorrentes de termos várias formas de atingirmos os mesmos objetivos - até lá!
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