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Arquitetura Corporativa e Interoperabilidade – Modelo de Conteúdo




Recententemente publiquei um artigo na Comunidade Áreas de Integração do Facebook no qual se provocava uma discussão quanto a aplicabilidade do uso de um Modelo de Conteúdo de Arquitetura Corporativa que servisse de referência para facilitar a colaboração entre entidades governamentais, essencialmente, para aumentar a eficiência dos serviços públicos do país, reforçando as necessidades de interoperabilidade do e-Gov. O Modelo de Conteúdo permite demonstrar as relações entre os diversos componentes da organização, seja sua estratégia, os processos, seus atores, aplicações, dados e informações e sua infraestrutura.
 
A experiência foi positiva e pretendo, a partir deste novo artigo, dar continuidade ao tratamento desse tema aqui nesse novo espaço, o Blog da Comunidade Áreas de Integração.

Após vários debates sobre a ideia, decorrentes do Seminário da e-Ping ocorrido em março último, com especialistas no assunto, professores universitários e representantes de órgãos governamentais, o modelo proposto tomou a forma apresentada a seguir, mais robusta e detalhada, e será a partir dela que iremos promover nossas discussões.
 

  • Negócios: O Governo agrega organizações que desenvolvem atividades que tem por objetivo a entrega de produtos ou serviços à Sociedade, que é o seu cliente. Esta camada envolve:
    • Serviços: Descreve os serviços prestados pela organização;
    • Produtos: Descreve os produtos entregues pela organização;
    • Clientes: Descreve quais os clientes da organização, bem como as demais partes interessadas;
    • Atividades: Descreve, em alto nível, os agrupamentos lógicos de processos de negócio realizados por um ou mais departamentos da organização, ou seja, reflete a Cadeia de Valor da Organização.
  • Estratégia: Envolve os fundamentos de negócio e as entidades estratégicas da organização, incluindo:
    • Missão, Estratégias e Táticas;
    • Visão, Metas e Objetivos;
    • Influências, Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças;
    • Princípios e Métricas;
    • Políticas e Regras de Negócio.
  • Processos: Descreve o workflow para os conceitos, regras e processos da organização que proveem os produtos e serviços. Seus Componentes incluem:
    • Modelos de Negócios: Processos que suportam os serviços da organização;
    • Modelos de Dados: Estrutura de Dados requeridos para suportar o Modelo de Negócios.
  • Projetos: Descreve as ações que criam ou alteram os produtos e serviços. Engloba:
    • Portfólio: Coleção de programas e/ou projetos agrupados de modo a facilitar a sua integração em torno dos objetivos estratégicos da organização;
    • Programas: Conjunto de projetos relacionados entre si e coordenados de maneira articulada para a consecução de objetivos convergentes;
    • Projetos: Lista de empreendimentos não repetitivos, caracterizados por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destinam a atingir um objetivo claro e definido.
  • Segurança: O bloco de Segurança define a arquitetura de segurança da informação e padrões relacionados, bem como elementos de design e padrões técnicos associados, a serem utilizados por entidades governamentais de forma a garantir pelo menos as características básicas da segurança da informação: confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade.
  • Recursos Organizacionais: Define tudo aquilo de que a Organização precisa para dar suporte a seus Processos de Negócio. Seus componentes incluem:
    • Tecnologia da Informação: Define o conjunto de todas as soluções providas por recursos de computação que visam permitir a produção, armazenamento, transmissão, acesso, segurança e o uso e intercâmbio das informações. Seus componentes incluem:
      • Sistemas de Informação: Conjunto de elementos lógicos que interagem entre si para processar e disseminar a informação de forma adequada. Subdivide-se em:
        • Acesso e Apresentação: Define os canais de acesso (navegadores web, SMS, telefonia, e-mail etc) e entrega (sítios/portais web, SMS, e-mail, serviço postal etc) dos serviços eletrônicos;
        • Aplicações: Relaciona os aplicativos e recursos de apoio que gerenciam os processos e informações necessárias para apoiar a automação dos objetivos de negócios e de desempenho para as entidades governamentais. Engloba aplicações de negócios (ERP, Editores de Planilhas, etc) e infraestrutura (bancos de dados, sistemas operacionais, etc);
        • Dados: Mecanismos e ferramentas para gerenciamento de dados, como o Modelo Global de Dados com o seu Contexto de Negócio (operações de negócio e gerenciamento de metadados), Estrutura de Dados (dicionário de dados, estruturas, tipos de dados etc) e Intercambio de Dados (compartilhamento, proteção, resiliência, disponibilidade, escalabilidade etc)
      • Infraestrutura Tecnológica: Infraestrutura física de TI necessária às operações da organização. Subdivide-se em:
        • Plataforma de TI: Servidores, impressoras, dispositivos de armazenamento etc;
        • Rede: Wide Area Networks (WAN), Local Area Networks (LAN), redes sem fio e de voz etc.
      • Integração: Envolve regras, padrões e tecnologias necessárias à interoperabilidade de dados, subdividindo-se em:
        • Coreografia de Serviços: Regras dos processos de negócio, monitoração e gerenciamento;
        • Ontologia: Regras para o intercâmbio de informações com acordo semântico, de forma a viabilizar o pronto cruzamento de dados de diversas fontes;
        • ESB (Entreprise Service Bus): Barramento de serviços/web services, roteamento de mensagens, transações e transformação de dados;
        • Adaptadores: Interoperabilidade, integração com legado e sistemas heterogêneos.
    • Infraestrutura Física: Descreve qualquer infraestrutura física necessária às operações do Órgão, não relativas a TI, envolvendo:
      • Máquinas e Equipamentos;
      • Edificações.
    • Competências: Onde são identificados e mapeados os conhecimentos, papéis e competências individuais necessários à execução dos Processos de Negócio e sustentação das demais camadas, constituindo-se de:
      • Estrutura Organizacional;
      • Conhecimentos e Habilidades;
      • Papéis;
      • Atores.
Apresentada sua estrutura, no próximo artigo veremos como SOA (ArquiteturaOrientada a Serviços) pode apoiar a Arquitetura Corporativa facilitando a interoperabilidade entre os diversos processos e sistemas de órgãos do governo.

Vamos ampliar nossos debates! Emita a sua opinião e poste seus comentários!


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Comentários

  1. Alexandre,
    muito legal o conteúdo do blog.
    o layout da página ficou muito bem feito também, parabéns!
    Governança e interoperabilidade são palavras chave no modelo de gestão atual.

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  2. Olá, Kléber. Desculpe-me pela demora na resposta. Por algum motivo não recebi o aviso de sua postagem. Muito obrigado pelos comentários! Sem dúvida, é primordial a existência de ambientes monitorados nas organizações públicas, constituídos sob estruturas de governança sólidas, de forma a contribuir para a transparência e o estabelecimento de confiança por parte dos cidadãos. A obtenção plena da interoperabilidade entre essas organizações, permitirá alavancar a qualidade dos serviços prestados à sociedade.

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